Ethica do Desalento


Ethica do Desalento

Publicar-se — socialização de si-proprio. /Que ignobil necessidade! Mas ainda assim que afastada de um acto — o editor ganha, o typographo produz ☐ / O merito da incoherencia ao menos.

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Uma das preocupações maiores do homem, attingida a edade lucida, é talhar-se, agente e pensante, á imagem e semelhança do seu ideal. Posto que nenhum ideal incarna tanto como o da inercia toda a logica da nossa aristocracia de alma ante as ruidosidades e ☐ exteriores modernas, o Inerte, o Inactivo deve ser o n[osso] Ideal. Futil? Talvez. Mas isso só preoccupará como um mal aquelles para quem a futilidade é um attractivo.

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Título: Ethica do Desalento
Heterónimo: Não atribuído
Número: 98
Página: 108
Data: 1915 (low)
Nota: [15(2)-89r];
Nota: Jerónimo Pizarro edita o fragmento depois do fragmento 97 da sua edição, com cota 5-80, intitulado 'Esthetica do Desalento' (2010: 107).