Saber não ter illusões


— Saber não ter illusões é
absolutamente necessario
para se poder ter sonhos.

— Attingirás assim o ponto
supremo da abstenção sonhadora,
onde os sentidos se mesclam,
os sentimentos se extravasam,
as idéas se entrepenetram.
Assim como as côres e os sons
sabem uns a outros, os odios
sabem a amores, os vigores a
tedios, as cousas concretas
a abstractas, e as abstractas
a concretas. Quebram-se
os laços que, ao mesmo tempo
que ligavam tudo, separavam
tudo, isolando cada elemento.
Tudo se funde e confunde.


Identificação: bn-acpc-e-e3-144d2_0053_19r_t24-C-R0150
Heterónimo: Não atribuído
Formato: Folha (21.3cm X 14.0cm)
Material: Papel
Colunas: 1
LdoD Mark: Sem marca LdoD
Manuscrito (pencil) : Testemunho manuscrito a lápis.
Data: 1914 (high)
Nota: , Texto escrito no recto de uma folha do caderno 144D(2).
Fac-símiles: BNP/E3, 144D(2)-19r.1