Perder tempo comporta uma estética



Perder tempo comporta uma estética. Há, para os subtis nas sensações, um formulário /da inércia/ que inclui receitas para todas as formas de lucidez.

A estratégia com que se luta com a noção das conveniências sociais, com os impulsos dos instintos, com as solicitações do sentimento exige um estudo que qualquer mero esteta não suporta completar. A uma acurada etiologia dos escrúpulos deve seguir-se uma /diagnose/ irónica das subserviências à normalidade. Há a cultivar, também, a agilidade contra as intrusões da vida; um cuidado (...) deve couraçar-nos contra sentir as opiniões alheias, e uma mole indiferença encamar-nos a alma contra os golpes surdos da coexistência com os outros.