As nossas sensações passam — como possuil-as pois — ou o que ellas mostram muito menos. Possue alguem um rio que corre, pertence a alguem o vento que passa?
Não possuimos nem um corpo nem uma verdade — nem sequér uma illusão. Somos phantasmas de mentiras, sombras de illusões. A nossa vida é vã por fóra e por dentro.
Conhece alguem as fronteiras á sua alma, para que possa dizer — eu sou eu?
Mas sei que o que eu sinto, sinto-o eu.
Quando outro possue esse corpo, possui n'elle o mesmo que eu? Não. Possue outra sensação.
Possuimos nós alguma cousa? Se nós não sabemos o que somos, como sabemos nós o que possuimos?