...e as algas como molhados cabelos
... e as algas como molhados cabelos empastando o rosto morto das águas.
Um som suave de rio largo, uma indecisa frescura aquática, uma saudade audível, oculta, um marulho morto de movimento.
Leves, leves as sombras calmas.
A noite era cheia daquelas pequenas nuvens muito brancas, que se destacam umas das outras como (...) Vista através de uma ou outra delas, a lua tinha em seu torno um halo azul, castanho e amarelo, com uns tons supostos de verde vago. Entre as nuvens o céu era dum azul negro profundíssimo, longínquo, irrevogável. As estrelas viam-se ora através das nuvens, ora muito longe, mas entre elas. Uma saudade de coisas idas, de grandes passados da alma, talvez porque em reencarnações antigas, olhos nossos, no corpo físico, houvessem visto este luar sobre florestas longínquas, quando, selvática ainda, a alma infanta talvez pressentisse, por uma memória em Deus, ao contrário, no futuro das suas reencarnações, esta lua retrospectiva. E assim essas duas luas davam mãos de sombra por sobre a minha cabeça abatida.