Em baixo, afastando-se do alto


Em baixo, afastando-se do alto onde estou em desnivelamentos de sombra, dorme ao luar, algida a cidade inteira.

(Um desespero de consciencia uma angustia de existir preso a mim extravasa-se por mim todo sem me exceder, compondo-me o ser em ternura, mêdo, dor e desolação.)

Um tão inexplicavel excesso de magua absurda, uma dôr tão desolada, tão orphã, tão /metaphysicamente/ minha, (...)


Título: Em baixo, afastando-se do alto
Heterónimo: Bernardo Soares
Volume: I
Número: 73
Página: 80
Nota: [2-31, ms.];