A unica maneira de teres | Paysagens obliquas


L. do D.

A unica maneira de teres
sensações novas é construires-te
uma alma nova. Baldado es-
forço o teu se queres sentir outras
cousas sem sentires de outra


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maneira, e sentires de outra maneira
sem mudares de alma. Porque
as cousas são como nós as sen-
timos — ha quanto tempo sabes tu julgas tu saber
isto sem o saberes e não o sabes? — e o unico
modo de haver cousas novas, de
sentir cousas novas é haver
novidade no sentil-as.

Muda de alma. Como?
Descobre-o tu.

Desde que nascemos até
que morremos mudamos de
alma lentamente, como do
corpo. Arranja
meio de tornar rapida essa
mudança, como com certas
doenças, ou certas convalescenças,
rapidamente o corpo se nos
muda.
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Não descer nunca a fazer
conferencias, para que não se
julgue que temos opiniões,
ou que descemos ao publico
para fallar com elle. Se elle
quizer, que nos leia.

De mais a mais o conferenciador semelha
actor — creatura que o bom artista despreza,
moço de esquina da Arte.


Identificação: bn-acpc-e-e3-5-1-85_0013_7_t24-C-R0150 | bn-acpc-e-e3-5-1-85_0017_9_t24-C-R0150
Heterónimo: Não atribuído
Formato: Folha (21.0cm X 27.0cm, 21.0cm X 27.0cm)
Material: Papel
Colunas: 1
LdoD Mark: Com marca LdoD
Manuscrito (pen) : Testemunho manuscrito a tinta preta.
Data: 1915 (low)
Nota: LdoD, Texto escrito no recto de duas folhas inteiras (5-7a e 5-9a), que faz parte de um conjunto de três. Duas destas folhas contêm versões dos textos "Uma Carta" e "Conselhos às mal casadas". No verso, as três folhas apresentam listas de nomes próprios organizados em três colunas.
Fac-símiles: BNP/E3, 5-7a e 5-9a.1 , BNP/E3, 5-7a e 5-9a.2