N'esta era metallica dos barbaros


L. do D.

N'esta era metallica dos barbaros, só um culto methodicamente excessivo das nossas faculdades de sonhar, de analysar e de atrahir pode servir de salvaguarda á nossa personalidade, para que se não desfaça ou para nulla ou para identica ás outras.

O que as nossas sensações teem de real é precisamente o que teem de não-nossas. O que ha de comum nas sensações é que fórma a realidade. Porisso a nossa individualidade nas nossas sensações está só na parte erronea d'ellas. A alegria que eu teria se visse um dia o Sol escarlate. Seria tão meu aquelle Sol, só meu!

──────────

Amôres com a chineza de uma chavena de porcelana.

Razões: ☐

Os nossos amores decorriam tranquillos, como ella queria, nas duas dimensões do espaço apenas.


Título: N'esta era metallica dos barbaros
Heterónimo: Não atribuído
Número: 118
Página: 123
Data: 1915 (low)
Nota: [7-1];