N'esta era metallica dos barbaros


L. do D.

N'esta era metallica dos barbaros, só um
culto methodicamente excessivo das nossas
faculdades de sonhar, de analysar e de atrahir,
pode servir de salvaguarda á nossa personalidade,
para que se não desfaça ou para nulla
ou para identica ás outras.

O que as nossas sensações teem de
real é precisamente o que teem de não-
nossas. O que ha de comum nas sensa-
ções é que fórma a realidade. Porisso
a nossa individualidade nas nossas sensações
está só na parte erronea d'ellas. A
alegria que eu teria se visse um dia o
Sol escarlate. Seria tão meu aquelle
Sol, só meu!

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Amôres com a chineza de uma chavena
de porcelana.

Razões:    


Os nossos amores decorriam tranquillos,
como ella queria, nas duas dimensões
do espaço apenas.


Identificação: bn-acpc-e-e3-7-1-50_0001_1_t24-C-R0150 | bn-acpc-e-e3-7-1-50_0002_1v_t24-C-R0150
Heterónimo: Não atribuído
Formato: Folha (16.2cm X 11.0cm)
Material: Papel
Colunas: 1
LdoD Mark: Com marca LdoD
Manuscrito (pen) : Testemunho manuscrito a tinta preta.
Data: 1915 (low)
Nota: LdoD, Texto escrito em recto e verso de um quarto de folha de papel almaço, semelhante àquele que apresenta a marca de água "ALMAÇO PRADO" (Cf. 5-53-54).
Fac-símiles: BNP/E3, 7-1.1 , BNP/E3, 7-1.2