Agi sempre para dentro...
O céu é tudo azul, corre um ar louco
pelos prados... A relva brilha de
manhã...
Raia o sol! Raia o sol!
(Man)
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Agi sempre para dentro... Nunca
toquei na vida... Sempre que esboçava
um gesto, acabava-o em sonho,
heroicamente... Uma espada pesa
mais que a ideia de uma espada...
Commandei grandes exercitos —
venci grandes batalhas, gosei grandes
derrotas — tudo dentro de mim...
Gostava de passear sósinho pelas
alamedas e pelos grandes corredores
e de commandar as arvores e
desafiar os retratos das paredes...
No grande corredor sombrio que ha
ao fundo do palacio passeei com a
minha noiva muitas vezes... Eu nunca
tive noiva real... Nunca soube como
se amava... Apenas soube como se
sonhava amar... Se eu gostava de
usar anneis de ∧dama nos meus
dedos é que ás vezes queria julgar
que as minhas mãos eram de princeza
e que eu era, pelo menos no gesto
das minhas mãos, aquella que eu amava...
Um dia fôram-me encontrar vestido
de rainha... Eu estava sonhando
que eu era a minha esposa regia...
Gostava de vêr a minha face reflectida
porque podia sonhar que era a
face de outra criatura — porque
era de formas femininas, que era
de minha amada que era a
minha face reflectida... ∧Quantas
∧vezes a minha boca tocou
na minha boca n'esse espelho!... Quantas
vezes apertei ∧uma das minhas mãos com a
outra, quantas adorei ∧acariciei meus cabellos
com a minha mão alheada, para
que parecesse d'ella ao tocar-me. Não sou eu que te estou di-
zendo isto... É o resto de
mim que está fallando.