Pensar, ainda assim, é agir


L. do D.

Pensar, ainda assim, é agir. Só no devaneio absoluto, onde nada de activo intervem, onde por fim até a nossa consciencia de nós-mesmos se /atola/ n'um lodo — só ahi, nesse morno e humido não-ser, a abdicação da acção competentemente se attinge.

Não querer comprehender, não analysar... Vêr-se como à natureza; olhar para as suas impressões como para um campo — a sabedoria é isto.


Título: Pensar, ainda assim, é agir
Heterónimo: Bernardo Soares
Volume: II
Número: 462
Página: 200
Nota: [9-1, ms.];