Splendor do nada


Splendor do nada, nome do abysmo, socego do além — ☐

Virgem eterna antes dos deuses, e dos paes dos deuses, e dos paes dos *paes dos deuses, infecunda de todos os mundos, esteril de todas as almas, ☐

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A ti são offerecidos os dias e os seres; os astros são votos no teu templo, e o cansaço dos deuses volta ao teu regaço como a ave ao ninho que não sabe como fez.

Que do auge da /angustia/ se aviste o dia, e, se nenhum dia se aviste, que seja esse o dia que se aviste!

Splende, ausencia de sol; brilha, luar que cessas.

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Só tu, sol que não luzes, allumias /n/as cavernas, porque as cavernas são tuas filhas. / Só tu, lua que não ha, dás ☐ ás grutas, porque as grutas ☐ /


Título: Splendor do nada
Heterónimo: Não atribuído
Número: 560
Página: 505
Nota: [94-80];
Nota: Jerónimo Pizarro edita este texto em apêndice, no conjunto "Textos sem destinação certa inventariados fora do núcleo" (2010: 490-516), considerando que este texto "não é necessariamente um fragmento de 'Nossa Senhora do Silencio'" (2010: 1028).