Como alguem cujos olhos, erguidos de um longo ☐ de um livro, receba a violencia para elles de um mero claro sol natural, se ergo ás vezes de mim os meus olhos de ver-me doe-me e arde-me fitar a nitidez e independencia-de-mim da vida claramente externa, da existencia dos outros, da posição e correlação dos movimentos no espaço. Tropeço nos sentimentos reaes dos outros, o antagonismo dos seus psychismos com o meu entala-me e entaramela-me os passos, escorrego e destrambelho-me por entre e por sobre o som das suas palavras extranhas a ser ouvidas em mim, o apoio forte e certo dos seus passos no chão actual, os seus gestos que existem verdadeiramente, os seus asperos e complexos modos de serem outras pessoas que não variantes da minha.
Encontro-me então, n'estes abysmos em que me precipito ás vezes, desamparado e ôco, parecendo que morri e vivo, pallida sombra dolorida, que a primeira briza deitará por terra e o primeiro contacto desfará em pó.
Pergunto então em mim-proprio se valerá a pena todo o esforço que puz em me isolar e elevar, se o lento calvario que de mim fiz para a minha Gloria Crucificada valerá religiosamente a pena? E, ainda que saiba que valeu, pesa-me n'esse momento o sentimento de que não valeu, de que não valerá /nunca/.