vida ser alma
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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"Sentir é uma maçada"
(Chapter on Indifference or something like that)
(Cop. duma carta para Pretoria)
(O) Christo é uma fórma da emoção
(lunar scene)
... E eu, que odeio a vida com timidez
... O pasmo que me causa
... a hiperacuidade não sei se das sensações
... e um profundo e tediento desdem
... no desalinho triste das minhas emoções
... o sagrado instincto de não ter theorias
...reles como os fins da vida
A Divina Inveja
A Morte do Principe
A academia vegetal dos silencios
A alma humana é victima
A arte consiste em fazer os outros sentir
A arte livra-nos illusoriamente
A arte é um esquivar-se a agir
A crueldade da dor
A doçura de não ter familia
A experiencia directa é o subterfugio
A fé é o instincto da acção
A historia nega as coisas certas
A idéa de viajar nauseia-me
A idéa de viajar seduz-me
A leitura dos jornaes
A liberdade é a possibilidade do isolamento
A literatura, que é a arte casada com o pensamento
A maioria da gente enferma
A maioria dos homens vive
A mais vil de todas as necessidades
A metaphysica pareceu-me sempre
A miseria da minha condição
A organização do livro
A persistencia instinctiva da vida
A personagem individual e imponente
A procura da verdade
A quem, (embora) em sonho
A sensação da convalescença
A tragedia principal da minha vida
A vida pode ser sentida como uma nausea
A vida é para nós o que concebemos nella
A vida é uma viagem experimental
A vida, para a maioria dos homens
A vulgaridade é um lar
ANTEROS
Absurdo
Acontece-me ás vezes
Adoramos a perfeição, porque a não podemos ter
Afinal deste dia fica
Alguns teem na vida um grande sonho
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Antes que o estio cesse
Aparte aquelles sonhos vulgares
Aquella malicia incerta
Aquillo que, creio, produz em mim
Artifices da morbidez
As carroças da rua
As cousas mais simples
As cousas modernas são
As phrases que nunca escreverei
Assim como, quer o saibamos quer não
Assim organizar a nossa vida
Atraz dos primeiros menos-calores
Atrio só atrio de todas as esperanças
Attingir, no stado mystico
Busco-me e não me encontro
Cada vez que o meu proposito
Cantava, em uma voz muito suave
Carta
Carta para não mandar
Cascata
Cenotaphio
Cheguei hoje, de repente, a uma sensação
Cheguei àquelle ponto em que o tedio
Coisas de nada, naturaes da vida
Com um charuto caro
Como ha quem trabalhe de tedio
Como todo o individuo de grande mobilidade
Comparados com os homens simples
Considerar a nossa maior angustia
Creei-me echo e abysmo
Criar dentro de mim um estado
Criei em mim várias personalidades
Cultivo o ódio á acção como uma flor
Dar a cada emoção uma personalidade
De repente, como se um destino
De resto eu não sonho
Declaração de Differença
Depois de uma noite mal dormida
Depois dos dias todos de chuva
Depois que as ultimas chuvas
Depois que as ultimas chuvas
Depois que o calor cessou
Descobri que penso sempre
Desde o meio do seculo dezoito
Desde que possamos considerar este mundo
Desde que, conforme posso
Desejaria construir um codigo de inercia
Detesto a leitura
Devaneio entre Cascaes e Lisboa
Diario ao acaso
Diario lucido
Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma
Dizem que o tedio é uma doença de inertes
Do estudo da metaphysica
Do terraço deste café
Doem-me a cabeça e o universo
Dois, trez dias de semelhança
Duas vezes, naquella minha adolescencia
Durei horas incógnitas
E assim como sonho
E assim sou, futil e sensivel
E, hoje, pensando no que tem sido
Educação sentimental. (?)
Em baixo, afastando-se do alto
Em mim todas as affeições
Em qualquer espirito
Encaro serenamente
Encolher de Hombros
Encontrar a personalidade na perda d'ella
Enrolar o mundo à volta
Entrei no barbeiro no modo do costume
Escravo do temperamento
Escrever é esquecer
Espaçado, um vagalume vae succedendo
Esthetica da Indifferença
Esthetica do Artificio
Estou num dia em que me pesa
Estou quasi convencido de que nunca estou disperto
Eu nunca fiz senão sonhar
Eu não possuo o meu corpo
Eu não sonho possuir-te
Faltámos se entretivemos
Fazer uma obra e reconhece-la má
Final
Floresce alto na solidão nocturna
Floresta
Fluido, o abandono do dia finda
Foi sempre com desgosto que li
Foi-se hoje embora, disseram que definitivamente
Gostava de estar no campo
Ha creaturas que soffrem
realmente
Ha dias em que cada pessoa que encontro
Ha maguas intimas que não sabemos distinguir
Ha muito tempo que não escrevo
Ha muito — não sei se ha dias
Ha quanto tempo não escrevo!
Ha sensações que são somnos
Ha socegos do campo na cidade
Ha um cansaço da intelligencia abstracta
Ha um somno da attenção
Ha uma erudição do conhecimento
Ha uma technica do sonho
Hoje, como me opprimisse a sensação
Hoje, em um dos devaneios sem proposito
Há momentos em que tudo cansa
Int[ervallo] Dol[oroso]
Intervallo doloroso
Intervalo Doloroso
Invejo — mas não sei se invejo
Irrita-me a felicidade de todos estes homens
Junta as mãos
Lagoa da Posse
Mais que uma vez, ao passear lentamente
Maneira de bem sonhar
Mas a exclusão, que me impuz
Maximas
Meditei hoje, num intervalo de sentir
Mesmo que eu quizesse crear
Millimetros
Muitas vezes para me entreter
N'esta era metallica dos barbaros
Nada me pesa tanto no desgosto
Nada pesa tanto como o affecto alheio
Nas vagas sombras de luz por findar
Nasci em um tempo
Nem com pintar esse vidro de sombras coloridas
Nenhum problema tem solução
Nevoa ou fumo?
Ninguem ainda definiu
Ninguem comprehende outro
No alto ermo dos montes
No nevoeiro leve da manhã
Nos primeiros dias do outomno
Nossa Senhora do Silencio
Nota (ou L. do D.) | Regra é da vida que podemos
Nota para as edições proprias
Nunca amamos alguem
Nunca deixo saber aos meus sentimentos
Nunca durmo: vivo e sonho
Nuvens... Hoje tenho consciência do céu
Nª Srª do Silencio
Não acredito na paysagem
Não comprehendo senão como
Não conheço prazer como o dos livros
Não creio alto na felicidade dos
animaes
Não o amor, mas os arredores
Não se subordinar a nada
Não sei o que é o tempo
Não sei porquê — noto-o subitamente
Não sei quantos terão contemplado
Não sei que vaga caricia
Não são as paredes réles do meu quarto
Não tendo que fazer
O Amante Visual
O Rio da Posse
O Sensacionista
O ambiente é a alma das coisas
O calor, como uma roupa invisivel
O campo é onde não estamos
O desgosto de não encontrar
O dinheiro, as creanças
O enthusiasmo é uma grosseria
O governo do mundo começa em nós mesmos
O homem magro sorriu desleixadamente
O homem não deve poder ver
O homem perfeito do pagão
O homem vulgar, por mais dura
O instinto infante da humanidade
O isolamento talhou-me á sua imagem
O lemma que hoje mais requeiro
O meu habito vital de descrença
O mundo é de quem não sente
O mundo, monturo de forças
O olfacto é uma vista estranha
O orgulho é a certeza emotiva
O patrão Vasques
O pensamento pode ter elevação
O peso de sentir!
O poente está espalhado pelas nuvens
O proprio escrever perdeu a doçura
O proprio sonho me castiga
O que tenho sobretudo é cansaço
O relogio que está lá para traz
O socio capitalista aqui da firma
O unico viajante com verdadeira alma
O verdadeiro sabio é aquelle
Omar Khayyam
Omar Khayyam
Onde está Deus
Os classificadores de coisas
Os sentimentos que mais doem
Outra vez encontrei um trecho meu
Paira-me à superficie do cansaço
Para comprehender, destrui-me
Parecerá a muitos que este meu diario
Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa
Passaram mezes sobre o ultimo que escrevi
Passei entre elles extrangeiro
Passo horas, às vezes,
Penso às vezes, com um deleite triste
Penso ás vezes com um agrado
Penso, muitas vezes, em como eu seria
Pertenço a uma geração que herdou a descrença
Por entre a casaria
Por mais que pertença
Prosa de Ferias
Qualquer deslocamento das horas
Quando durmo muitos sonhos
Quando o estio entra entristeço
Quando outra virtude não haja em mim
Quando vim primeiro para Lisboa
Quando vivemos constantemente
Quando, como uma noite de tempestade
Quantas vezes, presa da superficie
Quanto mais alta a sensibilidade
Quanto mais alto o homem
Quanto mais avançamos na vida
Quedar-nos-hemos indifferentes à verdade
Quem quizesse fazer um catalogo de monstros
Quem sou eu para mim?
Quem tenha lido as paginas d'este livro
Reconhecer a realidade
Reconheço hoje que falhei
Reconheço, não sei se com tristeza
Releio lucido, demoradamente
Releio passivamente, recebendo o que sinto
Releio, em uma d'estas
Reparando ás vezes no trabalho
Repudiei sempre que me compreendessem
Sabendo como as cousas mais pequenas
Saber que será má a obra
Se a nossa vida fosse
Se algum dia me succeder
Se alguma coisa ha que esta vida tem
Se considero com attenção a vida
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
Se houvesse na arte o mistér
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
Sempre me tem preoccupado
Sempre neste mundo haverá a lucta
Sempre que podem
Sen.to Apocalyptico
Ser major reformado parece-me uma coisa ideal
Ser puro, não para ser nobre
Sinto o tempo com uma dôr enorme
Sinto-me às vezes tocado
Socégo enfim
Sou mais velho que o Tempo
Suponho que seja o que chamam
São horas talvez de eu fazer
Só uma vez fui verdadeiramente amado
Tam dado como sou ao tedio
Tenho assistido, incognito
Tenho construido em passeio phrases perfeitas
Tenho deante de mim as duas paginas
Tenho grandes estagnações
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tenho por intuição
Tenho sido sempre um sonhador ironico
Ter já lido os Pickwick Papers
Tive sempre uma repugnancia
Toda a vida da alma humana
Todo exforço, qualquer que seja o fim
Todo o dia, em toda a sua desolação
Todo o homem de hoje
Todos os dias acontecem no mundo
Todos os movimentos da sensibilidade
Trez dias seguidos de calor sem calma
Tu não existes
Tudo alli é quebrado
Tudo quanto de desagradavel
Tudo quanto não é a minha alma
Tudo quanto é acção
Tudo se me confunde. Quando julgo que recordo
Tudo se me evapora
Um halito de musica ou de sonho
Um quietismo esthetico da vida
Uma carta
Uma das grandes tragedias da minha vida
Uma das minhas preoccupações constantes
Uma rajada baça
Uma só coisa me maravilha mais
Uma vista breve de campo
Vejo as paisagens sonhadas
Vi e ouvi hontem um grande homem
Viagem nunca feita
Viagem nunca feita (b)
Viajar? Para viajar basta existir
Viver do sonho e para o sonho
Viver uma vida desapaixonada e culta
Viver é ser outro
Vivo sempre no presente
a tristeza solemne que habita
e tudo é uma doença incuravel
eternamente à luz do sol
Ás vezes, quando ergo a cabeça
Ás vezes, sem que o espere
É a ultima morte do Capitão Nemo
É legitima toda a violação da lei moral
É nobre ser timido
É uma oleographia sem remedio
Ó noite onde as estrellas
— Naufragios? Não, nunca tive nenhum
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the creança and
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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Cascata
Com um charuto caro
Da minha abstenção de collaborar
Deus creou-me para creança
Não sei o que é o tempo
O mundo exterior existe
O ter tocado nos pés de Christo
Pensar, ainda assim, é agir
Tornar puramente literaria
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tedio dor cella
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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Considerar a nossa maior angustia
Dizem que o tedio é uma doença de inertes
Doem-me a cabeça e o universo
Encontrar a personalidade na perda d'ella
Ha um cansaço da intelligencia abstracta
Há momentos em que tudo cansa
Ninguem ainda definiu
Tam dado como sou ao tedio
Ás vezes, sem que o espere
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soffrimento soffro sonhos
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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... e um profundo e tediento desdem
A alma humana é victima
Aparte aquelles sonhos vulgares
Artifices da morbidez
Nem com pintar esse vidro de sombras coloridas
Tudo quanto é acção
É nobre ser timido
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sciencia vaidade problema
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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... O pasmo que me causa
A historia nega as coisas certas
Do estudo da metaphysica
Ficções do interludio
Nenhum problema tem solução
Não desembarcar não tem caes
O campo é onde não estamos
O orgulho é a certeza emotiva
Quando nasceu a geração
Quedar-nos-hemos indifferentes à verdade
Tendo visto com que lucidez
É a ultima morte do Capitão Nemo
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praça caixeiro hontem
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Manuel Portela (mp)
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Ah, é um erro doloroso
Estou num dia em que me pesa
Hoje, como me opprimisse a sensação
Quando vim primeiro para Lisboa
Sempre que podem
Subdito incoherente de todas as sensações
Todos os movimentos da sensibilidade
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passos carro choro
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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...reles como os fins da vida
Para sentir a delicia e o terror
Quando durmo muitos sonhos
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paisagens viajar monotonia
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Manuel Portela (mp)
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Devaneio entre Cascaes e Lisboa
Ha quanto tempo não escrevo!
Ha uma erudição do conhecimento
O dinheiro, as creanças
Prefacio
Uma só coisa me maravilha mais
Viajar? Para viajar basta existir
a tristeza solemne que habita
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outomno sentido palavras
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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Afinal deste dia fica
Atraz dos primeiros menos-calores
Como ha quem trabalhe de tedio
Pensaste já, ó /Outra/
Viagem nunca feita
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noite margens praia
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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... E eu, que odeio a vida com timidez
A opportunidade é como o dinheiro
Durei horas incógnitas
Não comprehendo senão como
O Major
Repudiei sempre que me compreendessem
Se alguma coisa ha que esta vida tem
Ser major reformado parece-me uma coisa ideal
e os lirios nas margens
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morte rei amor
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Manuel Portela (mp)
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E para ti, ó Morte
L. do D. | Introducção
Marcha funebre para o Rei Luiz Segundo da Baviera
O mundo, monturo de forças
Omar Khayyam
eternamente à luz do sol
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luz noite sol
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Manuel Portela (mp)
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(Luares)
(storm)
... como uma creança que pára de correr
..., barcos que passam na noite
Alastra ante meus olhos saudosos
Amo, pelas tardes demoradas de verão
As carroças da rua
Atraz dos primeiros menos-calores
Attingir, no stado mystico
Chove muito, mais, sempre mais...
Como nos dias em que trovoada
Depois de uma noite mal dormida
Depois dos dias todos de chuva
Depois que o fim dos astros esbranqueceu
Depois que os ultimos calores do estio
Depois que os ultimos pingos
Desde antes de manhã cedo
Dia de chuva
E por fim, por sobre a escuridão dos telhados
Escrevo num domingo
Floresce alto na solidão nocturna
Ha muito tempo que não escrevo
Ha muito — não sei se ha dias
Ha sensações que são somnos
Interv[allo]
Lento, no luar lá fóra da noite lenta
Na grande claridade do dia
Na minha alma ignobil e profunda
Na perfeição nitida do dia
Nem se sabe se o que acaba do dia
No alto ermo dos montes
Não sei que vaga caricia
Não é nos largos campos
O céu do estio prolongado
O céu negro ao fundo do sul do Tejo
O extase violeta
O gladio de um relampago frouxo
O poente está espalhado pelas nuvens
O que ha de mais reles nos sonhos
O relogio que está lá para traz
O silencio que sahe do som da chuva
O vento levanta-se
PAISAGEM DE CHUVA
Paira-me à superficie do cansaço
Passavamos, jovens ainda
Penso às vezes, com um deleite triste
Por entre a casaria
Primeiro é um som que faz um outro som
Quando o estio entra entristeço
Quanto mais alta a sensibilidade
Quem quizesse fazer um catalogo de monstros
Releio passivamente, recebendo o que sinto
Remoinhos, redemoinhos
Senti-me inquieto já
Sim, é o poente
Sinto o tempo com uma dôr enorme
Socégo enfim
Sonho triangular
Sou mais velho que o Tempo
Surge dos lados do oriente
Symphonia de uma noite inquieta
Todos aquelles accasos infelizes
Trovoada
Tudo se me tornou insupportavel
Uma rajada baça
Viver é ser outro
a chuva cahia ainda triste
e desnivela-se em conglomerados de sombra
e os lirios nas margens
É uma oleographia sem remedio
Ó noite onde as estrellas
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livro fernando lisboa
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Manuel Portela (mp)
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Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma
Do "Livro do Desasocego
Na casa de saude de Cascaes
Na perfeição nitida do dia
Nota para as edições proprias
Penso, muitas vezes, em como eu seria
Prefiro a prosa ao verso
Quando vivemos constantemente
Tenho deante de mim as duas paginas
Tudo é absurdo
Ás vezes, quando ergo a cabeça
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leio trechos trecho
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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Detesto a leitura
Não conheço prazer como o dos livros
Outra vez encontrei um trecho meu
Reconheço, não sei se com tristeza
Releio lucido, demoradamente
Releio, em uma d'estas
Tudo se me evapora
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horas amôr paysagem
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Manuel Portela (mp)
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A minha vida é tão triste
Eu não sonho possuir-te
Final
Glorificação das Estereis
L. do D.
L. do D. | 13 Trechos
Metaphysica do Epitheto
Peristylo
Que rainha imperiosa guarda
Tu não existes
Tu és do sexo das formas sonhadas
À minha incapacidade de viver
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homem moral animais
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Manuel Portela (mp)
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Assim como, quer o saibamos quer não
Gósto de dizer
Muitos teem definido o homem
Nota (ou L. do D.) | Regra é da vida que podemos
O enthusiasmo é uma grosseria
É legitima toda a violação da lei moral
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floresta era folhas
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Manuel Portela (mp)
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... no desalinho triste das minhas emoções
Caminhavamos, juntos e separados
Floresta
Na Floresta do Alheamento
No reconcavo da praia á beira-mar
Passavamos, jovens ainda
Se a nossa vida fosse
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escriptorio rua patrão
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Manuel Portela (mp)
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A vida é para nós o que concebemos nella
Coisas de nada, naturaes da vida
Como uma esperança negra
Ergo-me da cadeira
Ha socegos do campo na cidade
Hoje, em um dos devaneios sem proposito
O patrão Vasques
O que ha de mais reles nos sonhos
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
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escada deus infancia
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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A personagem individual e imponente
Diario ao acaso
E, hoje, pensando no que tem sido
Sempre neste mundo haverá a lucta
Tenho a nausea physica da humanidade
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era estava havia
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Manuel Portela (mp)
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Text Mining
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(lunar scene)
Cantava, em uma voz muito suave
Como nos dias em que trovoada
Desde o principio baço do dia quente
Nevoa ou fumo?
O calor, como uma roupa invisivel
O moço atava os embrulhos
O vento levanta-se
Passei entre elles extrangeiro
Quando me encontrei
Sonho triangular
Tenho sido sempre um sonhador ironico
Trovoada
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dôr prazer passo
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A crueldade da dor
Cultivo o ódio á acção como uma flor
Educação sentimental. (?)
Em baixo, afastando-se do alto
Espaçado, um vagalume vae succedendo
Maneira de bem sonhar
O prazer de nos elogiarmos
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dizer mosca definir
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"Sentir é uma maçada"
A maioria da gente enferma
Comparados com os homens simples
Em qualquer espirito
Ha dias em que cada pessoa que encontro
Meditei hoje, num intervalo de sentir
Nada me pesa tanto no desgosto
Todo exforço, qualquer que seja o fim
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céu nuvens terra
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Depois que as ultimas chuvas
Depois que as ultimas chuvas
Fallar é ter demasiada consideração
Nuvens... Hoje tenho consciência do céu
O céu negro ao fundo do sul do Tejo
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cousas sonhos sonho
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A doçura de não ter familia
A vida practica sempre me pareceu
Gostava de estar no campo
Millimetros
O proprio sonho me castiga
Paysagens inuteis como aquellas
Penso ás vezes com um agrado
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
Ser puro, não para ser nobre
Vejo as paisagens sonhadas
Viagem nunca feita (b)
Às vezes, nos meus dialogos
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conversa deve realmente
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Carta
Esthetica da Indifferença
Maximas
Nunca deixo saber aos meus sentimentos
Perder tempo comporta uma esthetica
Ter já lido os Pickwick Papers
Uma carta
Às vezes, nos meus dialogos
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arte obra escrever
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Manuel Portela (mp)
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2 idéas para o L. do D.
A arte consiste em fazer os outros sentir
A arte é um esquivar-se a agir
A mais vil de todas as necessidades
Adoramos a perfeição, porque a não podemos ter
Escrever é esquecer
Esthetica do Desalento
Fazer uma obra e reconhece-la má
O proprio escrever perdeu a doçura
O sentimento apocaliptico da vida
Reparando ás vezes no trabalho
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
Se houvesse na arte o mistér
Um quietismo esthetico da vida
Visto que talvez nem tudo seja falso
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animaes existencia intelligencia
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A metaphysica pareceu-me sempre
A persistencia instinctiva da vida
Desejaria construir um codigo de inercia
Mais que uma vez, ao passear lentamente
O homem vulgar, por mais dura
Se considero com attenção a vida
Todo o dia, em toda a sua desolação
|
amor possuir possuimos
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Manuel Portela (mp)
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(Chapter on Indifference or something like that)
A arte livra-nos illusoriamente
ANTEROS
Eu não possuo o meu corpo
Nunca amamos alguem
Não o amor, mas os arredores
Nós não podemos amar
Reso a ti o meu amor
Todo o homem de hoje
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amado fadiga factos
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Manuel Portela (mp)
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A leve embriaguez da febre ligeira
A liberdade é a possibilidade do isolamento
Escravo do temperamento
Invejo — mas não sei se invejo
O Sensacionista
O dinheiro é bello
O homem magro sorriu desleixadamente
Só uma vez fui verdadeiramente amado
|
acção homem agir
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Manuel Portela (mp)
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A fé é o instincto da acção
Creei-me echo e abysmo
O governo do mundo começa em nós mesmos
O lemma que hoje mais requeiro
O mundo é de quem não sente
O pensamento pode ter elevação
Saber ser supersticioso ainda
Tenho que escolher o que detesto
Uma vista breve de campo
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