Real
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Diego Giménez (diego)
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Taxonomia Filosófica
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"ASPECTOS"
"De que diabo está você a rir"
... e um profundo e tediento desdem
... reles como os fins da vida
/Diario ao acaso/
A Divina Inveja
A arte consiste em fazer
A doçura de não ter familia
A literatura, que é a arte casada
A maioria da gente enferma
A minha vida é tão triste
A persistencia instinctiva da vida
A procura da verdade
A tragedia principal
A unica realidade para mim
A vida practica sempre me pareceu
A vida é para nós o que concebemos
A vulgaridade é um lar
ASPECTOS
Accordei hoje muito cedo
Agi sempre para dentro...
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Amor e amizade
Anteros
Apotheose do Absurdo
Aspectos
Assim como, quer o saibamos
Cascata
Colaborar, ligar-se, agir com outros
Conselhos ás mal-casadas
Crear dentro de mim um estado
De repente, como se um destino
De resto eu não sonho
Declaração de Differença
Depois que o calor cessou
Descobri que penso sempre
Desde antes de manhã cedo
Disse Amiel que uma paisagem
Dividiu Aristoteles a poesia
Dizem que o tedio
Do terraço d'este café
E por fim — vejo-o por memoria —
Ecloga de Pedro
Educação sentimental (?)
Encaro serenamente
Encolher de Hombros
Esse logar activo de sensações
Esthetica da Indifferença
Esthetica do Artificio
Estou quasi convencido de que nunca
Eu nunca fiz senão sonhar
Eu não sonho possuir-te
Final
Floresta
Gósto de dizer
Ha accidentes no meu distinguir
Ha creaturas que soffrem realmente
Ha dias em que cada pessoa
Ha uma erudição do conhecimento
Ha uma technica do sonho
Intervallo Doloroso
Invejo — mas não sei se invejo —
Lenda Imperial
Mais "pensamentos"
Maneira de bem sonhar
Mesmo que eu quizesse crear
Millimetros
N'esta era metallica dos barbaros
NA FLORESTA DO ALHEAMENTO
Na destruição da unidade
Nas vagas sombras de luz por findar
Nasci em um tempo
Nevoa ou fumo?
No alto ermo dos montes naturaes
No nevoeiro leve da manhã
Nossa Senhora do Silencio
Nossa Senhora do Silencio
Nunca deixo saber ás minhas sensações
Nuvens... Hoje tenho consciência
Não fizeram, Senhor
Não me indigno, porque a indignação
Não me lembro da minha mãe
Não o amor, mas os arredores
Não sei o que é o tempo
Não são as paredes reles
Não tendo que fazer
Nós não podemos amar
O Amante Visual
O Rio da Posse
O Sensacionista
O governo do mundo começa em nós mesmos
O homem, bobo da sua aspiração
O isolamento talhou-me
O meu hábito vital de descrença
O mundo, monturo de forças
O poente está espalhado
O proprio sonho me castiga
O que, creio, produz em mim
O unico viajante com verdadeira alma
O verdadeiro sabio
Onde está Deus
Os classificadores de coisas
Os sentimentos que mais doem
Ouro de mim
Para sentir a delicia e o terror
Parecerá a muitos que este meu diario
Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa
Passavamos, jovens ainda
Penso ás vezes com um agrado
Penso, muitas vezes
Peristylo
Por facil que seja
Prefacio ás "Ficções do Interludio"
Prefacio ás Ficcões do Interludio
Prefiro a prosa ao verso
Quando creança eu apanhava
Quando durmo muitos sonhos
Quando outra virtude não haja
Quando vivemos
Quando, como uma noite
Quanto mais alto o homem
Quanto mais avançamos na vida
Quanto mais contemplo o spectaculo do mundo
Reconhecer a realidade
Releio lucido, demoradamente
Segunda parte | Em mim o que ha de primordial
Sempre me tem preoccupado
Senhor Rei do Desapego e da Renuncia
Sentimento Apocalyptico
Sim, é o poente
Somos morte.
Storm
Só uma vez fui verdadeiramente
Tenho as opiniões
Tenho assistido, incognito
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tenho sido sempre um sonhador
Toda a metaphysica é a procura
Todo o homem de hoje
Todo o pensamento
Trecho.
Tu não existes
Tu és do sexo das fórmas sonhadas
Tudo alli é quebrado
Tudo quanto não é a minha alma
Tudo é absurdo
Um dia
Uma das minhas preoccupações
Uma só coise me maravilha mais
Uma vista breve de campo
Vejo as paisagens sonhadas
Via lactea
Viagem nunca feita
Viagem nunca feita
Viajar? Para viajar basta existir
Viver a vida em sonho
Viver do sonho e para o sonho
Vivo sempre no presente
[Maneira de Bem Sonhar nos Metaphysicos]
esse episodio da imaginação
Ás vezes, nos meus dialogos
Ás vezes, sem que o espere
É uma oleographia sem remedio
|
Pensamento
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Diego Giménez (diego)
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Taxonomia Filosófica
|
"ASPECTOS"
"De que diabo está você a rir"
... O pasmo que me causa
... a hyperacuidade não sei
... este livro suave
... o sagrado instincto de não
... reles como os fins da vida
/Diario ao acaso/
A alma humana é victima
A arte consiste em fazer
A arte é um esquivar-se a agir
A doçura de não ter familia
A experiencia directa é o subterfugio
A historia nega as coisas certas
A ideia de viajar nauseia-me
A idéa de viajar seduz-me
A inacção consola
A leitura dos jornaes
A leve embriaguez da febre ligeira
A liberdade é a possibilidade
A literatura, que é a arte casada
A maioria da gente enferma
A mais vil de todas as necessidades
A metaphysica pareceu-me
A minha imagem
A minha vida é tão triste
A miseria da minha condição
A noite invadia lentamente
A persistencia instinctiva da vida
A personagem individual
A sensação da convalescença
A tragedia principal
A vida pode ser sentida
A vida practica sempre me pareceu
A vida é para nós o que concebemos
A vida é uma viagem experimental
A vida, para a maioria dos homens
A vulgaridade é um lar
ASPECTOS
Absurdo
Accordei hoje muito cedo
Acontece-me ás vezes
Adoramos a perfeição
Agir é intervir
Ah, é um erro doloroso
Alastra ante meus olhos saudosos
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Anteros
Antes que o estio cesse
Apotheose do Absurdo
Aquella malicia incerta
As cousas mais simples
As phrases que nunca escreverei
Assim como, quer o saibamos
Assim organizar a nossa vida
Atraz dos primeiros menos-calores
Attingir, no stado mystico
Cada dia /da minha vida/
Cada vez que o meu proposito
Caminhavamos, juntos e separados
Cansamo-nos de tudo
Carta
Carta
Carta para não mandar
Cascata
Cenotaphio
Chapter on Indifference
Cheguei hoje, de repente
Coisas de nada, naturaes da vida
Colaborar, ligar-se, agir com outros
Com que luxuria
Com um charuto caro
Como Diogenes a Alexandre
Como ha quem trabalhe
Como nas horas em que a trovoada
Como uma esperança negra
Conheço, translata, a sensação
Conselhos ás mal-casadas
Considerar a nossa maior angustia
Crear dentro de mim um estado
Dar a cada emoção uma personalidade
De repente, como se um destino
De suave e aerea a hora era uma ara onde orar
Declaração de Differença
Depois de uma noite mal dormida
Depois dos dias todos de chuva
Depois que as ultimas chuvas
Depois que o calor cessou
Depois que o fim dos astros esbranqueceu
Depois que os ultimos calores
Descobri que penso sempre
Desde antes de manhã cedo
Desde o meio do seculo
Desde que possamos
Desde que, conforme posso
Desejaria construir um codigo
Devaneio entre Cascaes e Lisboa
Disse Amiel que uma paisagem
Dividiu Aristoteles a poesia
Do estudo da metaphysica
Doem-me a cabeça e o universo
Dois, trez dias de semelhança
Duas vezes, naquella
Durei horas incognitas
E assim como sonho
E assim sou, futil e sensivel
E por fim — vejo-o por memoria —
E, hoje, pensando
Ecloga de Pedro
Educação sentimental (?)
Em mim foi sempre menor a intensidade
Em qualquer espirito
Em todos os logares da vida
Encolher de Hombros
Entre a vida theorica
Entrei no barbeiro no modo
Escrevo com uma extranha magua
Esse logar activo de sensações
Esthetica da Indifferença
Esthetica do Artificio
Estou quasi convencido de que nunca
Ethica do Desalento
Eu nunca fiz senão sonhar
Eu não sonho possuir-te
Ficções do Interludio
Ficções do Interludio
Floresce alto na solidão nocturna
Foi sempre com desgosto que li
Foi-se hoje embora
Gósto de dizer
Ha accidentes no meu distinguir
Ha creaturas que soffrem realmente
Ha dias em que cada pessoa
Ha maguas intimas
Ha momentos em que tudo cansa
Ha muito tempo que não escrevo
Ha muito — não sei se ha dias
Ha quanto tempo não escrevo!
Ha sensações que são somnos
Ha um cansaço da intelligencia
Ha um somno da attenção
Ha uma erudição do conhecimento
Hoje, em um dos devaneios
Intervallo
Intervallo Doloroso
Intervallo doloroso
Invejo — mas não sei se invejo —
Junta as mãos
Já me cansa a rua
Lento, no luar lá fóra da noite lenta
Mais "pensamentos"
Mais que uma vez, ao passear
Maneira de bem sonhar
Maneira de bem sonhar
Marcha Funebre
Marcha Funebre para o Rei Luiz Segundo da Baviera
Mas a exclusão, que me impuz
Meditei hoje, num intervallo
Mesmo que eu quizesse crear
Meus sonhos
Millimetros
Muitos têm definido o homem
N'esta era metallica dos barbaros
NA FLORESTA DO ALHEAMENTO
Na minha alma ignobil e profunda registro
Na perfeição nítida do dia
Nada me pesa tanto no desgosto
Nas antemanhãs longinquas
Nas vagas sombras de luz por findar
Nasci em um tempo
Nenhum premio certo
Nenhum problema tem solução
Nevoa ou fumo?
Ninguem comprehende outro
No alto ermo dos montes naturaes
No nevoeiro leve da manhã
Nos primeiros dias do outomno
Nossa Senhora do Silencio
Nossa Senhora do Silencio
Nota (ou L. do D.) | Regra é da vida que podemos
Nunca amamos alguem
Nunca deixo saber ás minhas sensações
Nunca durmo: vivo e sonho
Nuvens... Hoje tenho consciência
Não comprehendo senão como
Não conheço prazer como o dos livros
Não creio alto na felicidade
Não crendo em nada com firmeza
Não fizeram, Senhor
Não me indigno, porque a indignação
Não me lembro da minha mãe
Não o amor, mas os arredores
Não se subordinar a nada
Não sei o que é o tempo
Não sei porquê
Não sei quantos terão contemplado
Não sei que vaga caricia
Não são as paredes reles
Não tendo que fazer
Não toquemos na vida
O Amante Visual
O Christo é uma fórma da emoção
O Major
O Rio da Posse
O Sensacionista
O ambiente é a alma das coisas
O cansaço de todas as illusões
O ceu negro ao fundo do sul do Tejo
O céu de estio prolongado
O desgosto de não encontrar nada
O dinheiro é bello
O homem vulgar, por mais dura
O homem, bobo da sua aspiração
O instinto infante da humanidade
O isolamento talhou-me
O lemma que hoje mais requeiro
O meu hábito vital de descrença
O mundo é de quem não sente
O mundo, monturo de forças
O olfacto é uma vista estranha
O patrão Vasques
O pensamento pode ter elevação
O poente está espalhado
O que ha de mais reles nos sonhos
O que tenho sobretudo é cansaço
O que, creio, produz em mim
O relogio que está lá para traz
O silencio que sahe do som da chuva
O socio capitalista aqui da firma
O unico viajante com verdadeira alma
Onde está Deus
Os classificadores de coisas
Os sentimentos que mais doem
Outra vez encontrei um trecho meu
Ouviu-me ler os meus versos
Paira-me à superficie do cansaço
Paisagem de chuva
Para comprehender, destrui-me
Para sentir a delicia e o terror
Parecerá a muitos que este meu diario
Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa
Passa entre filas de cyprestes
Passaram mezes sobre o ultimo
Passei entre elles extrangeiro
Paysagem de chuva
Pedi tam pouco á vida
Pensar, ainda assim, é agir
Pensaste já, ó /Outra/
Penso se tudo na vida
Penso ás vezes com um agrado
Penso ás vezes que nunca sahirei
Penso ás vezes, com um deleite triste
Penso, muitas vezes
Peristylo
Pertenço a uma geração que herdou
Por entre a casaria
Por facil que seja
Por mais que pertença
Prefacio | Ele mobilára
Prefacio ás "Ficções do Interludio"
Prefiro a prosa ao verso
Primeiro é um som que faz um outro som
Prosa de Ferias
Quando creança eu apanhava
Quando durmo muitos sonhos
Quando nasceu a geração
Quando o estio entra entristeço
Quando outra virtude não haja
Quando vim primeiro para Lisboa
Quando vivemos
Quantas coisas
Quantas vezes, presa da superficie
Quanto mais alta a sensibilidade
Quanto mais alto o homem
Quem quizesse fazer um catalogo
Quem tenha lido as paginas
Reconhecer a realidade
Reconheço hoje que falhei
Releio lucido, demoradamente
Releio passivamente, recebendo
Releio, em uma d'essas somnolencias
Remoinhos, redemoinhos
Repudiei sempre
Sabendo como as cousas
Se a nossa vida fosse
Se alguma coisa ha
Se considero com attenção a vida
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
Segunda parte | Em mim o que ha de primordial
Sempre me tem preoccupado
Sens[ações] nascem analysadas
Senti-me inquieto já
Sentimento Apocalyptico
Sim, é o poente
Sinto o tempo com uma dôr enorme
Sinto-me às vezes tocado
Socégo emfim
Somos morte.
Sou curioso de todos
Sou d'aquellas almas
Sou mais velho que o Tempo
Supponho que seja o que chamam
Symphonia da noite inquieta
Só uma vez fui verdadeiramente
Tam dado como sou ao tedio
Tendo visto com que lucidez
Tenho a nausea physica
Tenho as opiniões
Tenho assistido, incognito
Tenho grandes estagnações
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tenho por intuição
Tenho que escolher
Tenho sido sempre um sonhador
Theorias metaphysicas
Toda a metaphysica é a procura
Toda a vida da alma humana
Todo o dia, em toda a sua desolação
Todo o pensamento
Todos aquelles acasos infelizes
Tu és do sexo das fórmas sonhadas
Tudo quanto não é a minha alma
Tudo quanto é acção
Tudo se me evapora
Um halito de musica ou de sonho
Uma carta
Uma das grandes tragedias
Uma das minhas preoccupações
Uma interpretação ironica da vida
Uma pedra é mais interessante
Uma secção intitulada: Paciencias
Uma só coise me maravilha mais
Uma vista breve de campo
Vi e ouvi hontem um grande homem
Via lactea
Viagem nunca feita
Viagem nunca feita
Viajar? Para viajar basta existir
Viver a vida em sonho
Viver do sonho e para o sonho
Viver uma vida desapaixonada
Vivo sempre no presente
[Epiphania do Absurdo (ou da Mentira)?] | Visto que talvez nem tudo
[Maneira de Bem Sonhar nos Metaphysicos]
esse episodio da imaginação
um quietismo esthetico da vida
À minha incapacidade de viver
Às vezes, em sonhos distraídos
Ás vezes, nos meus dialogos
Ás vezes, quando ergo a cabeça
Ás vezes, sem que o espere
É nobre ser timido
É uma oleographia sem remedio
|
Sensação
|
Diego Giménez (diego)
|
Taxonomia Filosófica
|
"ASPECTOS"
(copia duma carta para Pretoria)
... O pasmo que me causa
... a acuidade dolorosa
... a hyperacuidade não sei
... este livro suave
... no desalinho triste das minhas emoções
... reles como os fins da vida
/Diario ao acaso/
A Divina Inveja
A alma humana é victima
A arte consiste em fazer
A arte livra-nos illusoriamente
A arte é um esquivar-se a agir
A doçura de não ter familia
A historia nega as coisas certas
A ideia de viajar nauseia-me
A idéa de viajar seduz-me
A leve embriaguez da febre ligeira
A loucura chamada afirmar
A maioria da gente enferma
A mais vil de todas as necessidades
A metaphysica pareceu-me
A miseria da minha condição
A noite invadia lentamente
A persistencia instinctiva da vida
A personagem individual
A ruina da influencia aristocratica
A sensação da convalescença
A tragedia principal
A unica maneira de teres
A unica realidade para mim
A vida pode ser sentida
A vida practica sempre me pareceu
A vida é para nós o que concebemos
A vida é uma viagem experimental
A vulgaridade é um lar
ASPECTOS
Accordei hoje muito cedo
Acontece-me ás vezes
Adoramos a perfeição
Alastra ante meus olhos saudosos
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Amor e amizade
Antes que o estio cesse
Apotheose do Absurdo
Aquella malicia incerta
As cousas mais simples
As nossas sensações passam
As phrases que nunca escreverei
Assim como, quer o saibamos
Atraz dos primeiros menos-calores
Cada vez que o meu proposito
Cada vez que viajo
Cansamo-nos de tudo
Cantava, em uma voz muito suave
Carefully see whether
Carta
Carta para não mandar
Cenotaphio
Chapter on Indifference
Cheguei hoje, de repente
Chove muito, mais, sempre mais...
Chóro sobre as minhas paginas
Colaborar, ligar-se, agir com outros
Como Diogenes a Alexandre
Como ha quem trabalhe
Como uma esperança negra
Conheço, translata, a sensação
Conselhos ás mal casadas
Conselhos ás mal-casadas
Considerar a nossa maior angustia
Crear dentro de mim um estado
Dar a cada emoção uma personalidade
De repente, como se um destino
De resto eu não sonho
De suave e aerea a hora era uma ara onde orar
Declaração de Differença
Depois de uma noite mal dormida
Depois dos dias todos de chuva
Depois que as ultimas chuvas
Depois que as ultimas chuvas
Depois que o calor cessou
Depois que o fim dos astros esbranqueceu
Depois que os ultimos calores
Depois que os ultimos pingos
Descobri que penso sempre
Desde antes de manhã cedo
Desde o meio do seculo
Desde que possamos
Desde que, conforme posso
Desejaria construir um codigo
Detesto a leitura
Deus creou-me para creança
Devaneio entre Cascaes e Lisboa
Diario Lucido
Dividiu Aristoteles a poesia
Dizem que o tedio
Do estudo da metaphysica
Do terraço d'este café
Doem-me a cabeça e o universo
Dois, trez dias de semelhança
Dominámos outrora o mar physico
Duas vezes, naquella
Durei horas incognitas
E assim sou, futil e sensivel
E por fim — vejo-o por memoria —
E, hoje, pensando
Ecloga de Pedro
Educação sentimental (?)
Em mim foi sempre menor a intensidade
Em qualquer espirito
Em todos os logares da vida
Encolher de Hombros
Enrolar o mundo á roda
Entrei no barbeiro no modo
Ergo-me da cadeira com um exforço
Escrever é esquecer
Escrevo com uma extranha magua
Espaçado, o pestanejar branco escuro
Esse logar activo de sensações
Esthetica da Indifferença
Esthetica do Artificio
Esthetica do Desalento
Estou num dia em que me pesa
Estou quasi convencido de que nunca
Eu nunca fiz senão sonhar
Fazer uma obra e reconhece-la má
Ficções do Interludio
Floresce alto na solidão nocturna
Foi sempre com desgosto que li
Foi-se hoje embora
Gósto de dizer
Ha accidentes no meu distinguir
Ha dias em que cada pessoa
Ha maguas intimas
Ha momentos em que tudo cansa
Ha muito tempo que não escrevo
Ha muito — não sei se ha dias
Ha quanto tempo não escrevo!
Ha sensações que são somnos
Ha socegos do campo na cidade
Ha um cansaço da intelligencia
Ha um somno da attenção
Ha uma erudição do conhecimento
Hoje como me oprimisse a sensação
Hoje, em um dos devaneios
Intervallo
Intervallo Doloroso
Intervallo Doloroso
Intervallo Doloroso
Invejo a todas as pessoas
Invejo — mas não sei se invejo —
Já me cansa a rua
Lento, no luar lá fóra da noite lenta
Mais "pensamentos"
Mais que uma vez, ao passear
Marcha Funebre
Marcha Funebre para o Rei Luiz Segundo da Baviera
Mas a exclusão, que me impuz
Meditei hoje, num intervallo
Mesmo que eu quizesse crear
Meus sonhos
Millimetros
Muitos têm definido o homem
N'esta era metallica dos barbaros
NA FLORESTA DO ALHEAMENTO
Na minha alma ignobil e profunda registro
Na perfeição nítida do dia
Nada me pesa tanto no desgosto
Nada pesa tanto como o affecto alheio
Nas vagas sombras de luz por findar
Nasci em um tempo
Naufragios? Não, nunca tive nenhum
Nem ha maior cansaço
Nem se sabe se o que acaba do dia
Nenhum problema tem solução
Nevoa ou fumo?
Ninguem ainda definiu
Ninguem comprehende outro
No alto ermo dos montes naturaes
No nevoeiro leve da manhã
Nos primeiros dias do outomno
Nossa Senhora do Silencio
Nossa Senhora do Silencio
Nunca amamos alguem
Nunca deixo saber ás minhas sensações
Nunca durmo: vivo e sonho
Nuvens... Hoje tenho consciência
Não comprehendo senão como
Não creio alto na felicidade
Não crendo em nada com firmeza
Não fizeram, Senhor
Não me encontro um sentido...
Não me lembro da minha mãe
Não o amor, mas os arredores
Não se subordinar a nada
Não sei o que é o tempo
Não sei porquê
Não sei quantos terão contemplado
Não sei que vaga caricia
Não são as paredes reles
Não tendo que fazer
Não toquemos na vida
Não é nos largos campos
Nós não podemos amar
O Amante Visual
O Christo é uma fórma da emoção
O Major
O Rio da Posse
O Sensacionista
O ambiente é a alma das coisas
O ceu negro ao fundo do sul do Tejo
O céu de estio prolongado
O desgosto de não encontrar nada
O enthusiasmo é uma grosseria
O homem vulgar, por mais dura
O isolamento talhou-me
O lemma que hoje mais requeiro
O meu hábito vital de descrença
O moço atava os embrulhos
O mundo é de quem não sente
O olfacto é uma vista estranha
O peso de sentir!
O proprio escrever perdeu
O proprio sonho me castiga
O que, creio, produz em mim
O relogio que está lá para traz
O silencio que sahe do som da chuva
O socio capitalista aqui da firma
O vento levantou-se...
Onde está Deus
Os sentimentos que mais doem
Outra vez encontrei um trecho meu
Ouviu-me ler os meus versos
Paira-me à superficie do cansaço
Paisagem de chuva
Para sentir a delicia e o terror
Parecerá a muitos que este meu diario
Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa
Passaram mezes sobre o ultimo
Passei entre elles extrangeiro
Paysagem de chuva
Paysagens inuteis
Pedi tam pouco á vida
Pensar, ainda assim, é agir
Penso ás vezes com um agrado
Penso ás vezes, com um deleite triste
Penso, muitas vezes
Perder tempo comporta uma esthetica
Peristylo
Pertenço a uma geração que herdou
Por entre a casaria
Por facil que seja
Por mais que pertença
Prefacio ás "Ficções do Interludio"
Prefiro a prosa ao verso
Prosa de Ferias
Prouvéra aos deuses
Qualquer deslocamento das horas
Quando creança eu apanhava
Quando durmo muitos sonhos
Quando nasceu a geração
Quando o estio entra entristeço
Quando outra virtude não haja
Quando vim primeiro para Lisboa
Quando vivemos
Quantas coisas
Quantas vezes, presa da superficie
Quanto mais alta a sensibilidade
Quanto mais avançamos na vida
Quem quizesse fazer um catalogo
Quem tenha lido as paginas
Reconhecer a realidade
Reconheço hoje que falhei
Releio lucido, demoradamente
Releio passivamente, recebendo
Releio, em uma d'essas somnolencias
Remoinhos, redemoinhos
Reparando ás vezes no trabalho
Se alguma coisa ha
Se considero com attenção a vida
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
Segunda parte | Em mim o que ha de primordial
Sens[ações] nascem analysadas
Senti-me inquieto já
Sentimento Apocalyptico
Sentir é uma maçada
Sim, é o poente
Sinto o tempo com uma dôr enorme
Sinto-me às vezes tocado
Socégo emfim
Sou curioso de todos
Sou d'aquellas almas
Sou mais velho que o Tempo
Subdito incoherente de todas
Supponho que seja o que chamam
Só uma vez fui verdadeiramente
Tam dado como sou ao tedio
Tenho a nausea physica
Tenho as opiniões
Tenho assistido, incognito
Tenho grandes estagnações
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tenho por intuição
Tenho que escolher
Theorias metaphysicas
Toda a metaphysica é a procura
Toda a vida da alma humana
Todo o dia, em toda a sua desolação
Todo o pensamento
Trecho.
Trovoada
Tu não existes
Tu és do sexo das fórmas sonhadas
Tudo alli é quebrado
Tudo quanto não é a minha alma
Tudo se me evapora
Um halito de musica ou de sonho
Uma carta
Uma das grandes tragedias
Uma das minhas preoccupações
Uma secção intitulada: Paciencias
Uma só coise me maravilha mais
Uma vista breve de campo
Vi e ouvi hontem um grande homem
Via lactea
Viagem nunca feita
Viajar? Para viajar basta existir
Viver a vida em sonho
Viver do sonho e para o sonho
Viver uma vida desapaixonada
Viver é ser outro.
Vivo sempre no presente
[Maneira de Bem Sonhar nos Metaphysicos]
e do alto da majestade
esse episodio da imaginação
tudo é uma doença incuravel
um quietismo esthetico da vida
Às vezes, em sonhos distraídos
Ás vezes, nos meus dialogos
Ás vezes, quando ergo a cabeça
Ás vezes, sem que o espere
É uma oleographia sem remedio
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