workshop - Usa Jacinto do Prado Coelho(143)

Alastra ante meus olhos saudosos


Alastra ante meus olhos saudosos / a cidade incerta e silente./

As casas desegualam-se num agglomerado retido, e o luar, com manchas de incerteza, stagna de madreperola os solavancos mortos da profusão. Ha telhados e sombras, janellas e edade media. Não ha de que haver arredores. Poisa no que se vê um vislumbre de longinquo. Por sobre de onde /vejo/ ha ramos negros de arvores, e eu tenho o somno da cidade inteira no meu coração dissuadido. Lisboa ao luar e o meu cansaço de amanhã!

Que noite! Prouvera a quem causou os pormenores do mundo que não houvesse para mim melhor estudo ou melodia que o momento lunar destacado em que me desconheço conhecido.

Durmo, e nem brisa, nem gente interrompe o que não penso. Tenho somno do mesmo modo que tenho vida. Só que sinto nas palpebras, como se houvesse o que fazer-m'as pesar. Ouço a minha respiração.

/ Custa-me um chumbo dos sentidos o mover-me com os pés para onde móro. A caricia do apagamento, a flor dado [sic] do inutil, o meu nome nunca pronunciado, o meu desasocego entre margens, o previlegio de deveres cedidos, e, na ultima curva do parque avoengo o outro sonho [?] como um roseiral. /