Quando o comboio largou enfim para as quatro horas que lhe /levaria/ o ir do Barreiro a Évora, verifiquei, com um solavanco do comboio, que na minha parte da carruagem não havia mais que um conviva do movimento. Num segundo olhar, sobreposto ao primeiro, medi a espécie de companheiro que seria. Satisfez-me a hipótese de conversa que surgia. Abri e desdobrei o jornal fatal e inútil, e esqueci-me de tudo, até do jornal. E assim foi que me não pesou nem interrompeu a voz que me perguntava se — naquele dia de inverno — me importaria que a janela se abrisse. Disse logo que não.
A conversa falira — voltei a pegar o jornal por bem-estar principiado sem começo.