Semanas
Semanas.
I. Regra de vida.
... (Porém) a verdade é que a não
sabemos, nem ∧[sabemos] como sabel-a. Tal
∧que nos não é nada é ella; e esta, que dissemos, a unica
regra de vida, parece-nos, que o
nosso desconhecimento pode talhar
com conhecimento.
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A nossa ansia de verdade é
grande, e porcerto o que quizeramos
fôra, não esta doctrina do Limiar,
senão a casa e o lar que ha nelle. De ahi a arte, feita para entre-
timento dos outros e nossa occupação,
dos que somos occupaveis d'esse modo.
Negada a verdade, não temos com
que entreter-nos senão a mentira.
Com ella nos entretenhamos,
dando-a porém como tal, que não
como verdade; ∧Se ∧um a hypothese metaphysica nos
occorre, façamos com ella, não a
mentira de um systema (onde possa
ser verdade) mas a verdade de
um poema ou de ∧uma ∧novella —
verdade em saber que é men-
tira, e assim não mentir.
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ou em prefacio ás Ficções do
Interludio.
e assim construi para mim esta ∧uma
regra de vida.
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Procurei a verdade ardentemente,
ora com uma attenção