Cada dia /da minha vida/
Cada dia /da minha vida/ é o dia mais infeliz da minha vida. Cada sonho é o sonho mais bello que eu /tive/.
Quem sabe se a minha vida não é a minha morte, e se o meu desviver-me quando sonho, não é, ao ser um antegosto da morte, um antegosto da vida.
Se ás vezes penso com amorosa attenção em morrer, é só porque isso talvez me egualará a ti, me juntará a ti.
— Tu não tens carne... Serei eu a tua carne? Será a minha consciencia de ti uma consciencia estranha, como a que a carne de um corpo pode ter da alma que o /é/? Será a morte então a ☐
— Voz do silencio mysterioso que eu sou dentro de mim, olhar com que fito a m[inha] alma e a não vejo.
/penumbra pubere e sem rasto/
Desfolha-me lentamente sobre o teu collo... Dorme-me... Morre-me da tua vida. Eu não quero ser mais do que o arfar do teu seio quando respiras, do que o sorriso dos teus labios quando dormes e sonhas... Ser isto absolutamente e realmente, /consubstancialmente com isso,/ não sei porque impossivel realização em fatias de todos os meus sonhos teus.