A minha imagem, tal qual eu a via nos espelhos, andou sempre ao colo da minha ternura. Eu não podia ser senão curvo e débil como sou, mesmo nos meus pensamentos.
Tudo em mim é um príncipe de cromo colado no álbum velho de uma criança que morreu sempre há muito tempo.
(Amar-me é ter pena de mim.)
Um dia, lá para o fim do futuro, alguém escreverá sobre mim um poema e talvez só então eu comece a reinar no meu Reino:
— Senhor, não vos aflijais!
Não me aflijo... A minha dor é tão bela que eu nem sei como a sofrer... É a coroa que eu nunca terei e o manto régio que nunca será o meu.
Deus é o existirmos e isto não ser tudo.