A alma em mim é expressiva e material



A alma em mim é expressiva e material. Ou estagno num não-ser de linho sensível, ou acordo, e se acordo projecto-me em palavras como se essas fossem o abrir de olhos do meu ser. Se penso, o pensamento surge-me no próprio espírito com frases, secas e ritmadas, e eu não distingo nunca bem se penso antes de o dizer, se apenas depois de me ver a tê-lo dito. Se dou por mim sonhando, há palavras logo em mim. Em mim toda a emoção é uma imagem, e todo [o] sonho uma pintura musicada. O que escrevo pode ser mau, mas é mais eu que o que penso... Assim por vezes o acredito...

Desde que vivo, narro-me, e o mais pequeno dos meus tédios comigo, se me desbruço sobre ele, desabrocha, por um magnetismo de (...) em flores de cores de /musicais alegorias/.