Jacinto do Prado Coelho - edição anotada - Usa Jacinto do Prado Coelho(364)

... e um profundo e tediento desdem


L. do D.

...e um profundo e tediento desdém por todos quantos trabalham para a humanidade, por todos quantos se batem pela patria e dão a sua vida para que a civilização continue...

...um desdém cheio de tedio por elles, que desconhecem que a unica realidade para cada um é a sua propria alma, e o resto — o mundo exterior e os outros — um pesadelo inesthético, como um resultado nos sonhos d'uma indigestão de espirito.

A minha aversão pelo esforço excita-se até ao horror quasi gesticulante perante todas as formas de esforço violento. E a guerra, o trabalho productivo e enérgico, o auxilio aos outros (... ) tudo isto não me parece mais que o producto de um impudor, (...)

E, perante a realidade suprema da minha alma, tudo o que é util e exterior me sabe a frivolo e trivial ante a soberana e pura grandeza de meus mais vivos [?] e frequentes sonhos. Esses, para mim, são mais reaes.