Passa entre filas de cyprestes


— Passa entre filas de cyprestes a minha dôr antiga como as praias. Não sei que paysagem de ruinas herdou a minha consciencia de ver, do seu convivio com a significação das aguas. Sempre ha-de haver, sobre rochas, o arremesso /attonito/ do mar. Mas nós não ousaremos outros lyrios senão a melancolia da vida. Elles eram os reis. As madeiras eram os escravos. Tocaram na madrugada os clarins largos. Fluiram, sob os salgueiros as ondas ☐ dos rios. Tudo teve o sentido das margins — as salas como os oasis; ☐ Teu nome escripto em palimpsestos, a minha saudade timida por dahlias, e melhores terraços, além, sobre mares do sul de paizes. Symphonia ouvida em sonhos todas estas palavras, e as algas. Tudo isto foi posto em jarras e gozaram-o olhos admirados.


Título: Passa entre filas de cyprestes
Heterónimo: Não atribuído
Número: 563
Página: 507
Nota: [94-86ar];
Nota: Jerónimo Pizarro edita este texto em apêndice, no conjunto "Textos sem destinação certa inventariados fora do núcleo" (2010: 490-516).