Criemos, ó Apenas-Minha, tu por existires e eu por te ver existir, uma arte outra do que toda a arte havida.
Do teu corpo de ânfora inútil saiba eu tirar a auréola esquecida de /novos versos/, e ao teu ritmo lento de onda sem origem, saibam os meus dedos trémulos ir buscar as linhas pérfidas de uma prosa virgem de a terem ouvido.
O teu sorriso vago, indo-se, seja para mim símbolo — emblema visível do tédio do inúmero mundo ao saber-se erro e incerteza.
As tuas mãos de tocadora de harpa me fechem as pálpebras quando eu morrer de te ter dado a construir a minha vida.
E tu, que não és ninguém, serás para sempre, ó Suprema, a arte querida dos deuses que nunca foram, e a mãe virgem e estéril dos deuses que nunca serão.