MARCHA FÚNEBRE PARA O REI LUÍS SEGUNDO DA BAVIERA | Sejam de instrumentos estranhos
Sejam de instrumentos estranhos, cujo mero som faça chorar, as orquestras que se preparam para a festa. Os servos vistam librés sóbrias, de cores desconhecidas, faustosos e simples como os catafalcos dos suicidas.
E, antes que o festim comece, passe pelas alamedas dos largos parques, o grande cortejo medieval de púrpuras mortas, o grande cerimonial em marcha como a beleza num pesadelo.
A Morte é o triunfo da Vida!
Pela morte vivemos, porque só somos hoje porque morremos para ontem. Pela Morte esperamos, porque só podemos crer em amanhã pela confiança na morte de hoje. Pela Morte vivemos quando sonhamos, porque sonhar é negar a Vida. Pela morte morremos quando vivemos, porque viver é negar a eternidade! A Morte nos guia, a morte nos busca, a morte nos acompanha. Tudo o que temos é Morte, tudo o que queremos é morte, é morte tudo o que desejamos querer.