A TRAGÉDIA DO ESPELHO | Amor e amizade


Amor e amizade

corpo e alma

o amor vulgar

Os casuais, ou do amor, ou os únicos que amam.

O falso conceito estético dos gregos? Que infeliz devia ser um povo que concebia tais estátuas e era (por força) tão imperfeito, fisicamente, como todo o homem real!

Mesmo uma mulher bela não satisfaz como uma estátua. Porque uma mulher é bela e outras coisas físicas e morais  que não são a beleza. Uma estátua é bela. (É só pedra, além disso, mas a pedra não é nada para nós, por isso a desprezamos olhando só a beleza.)

Isto é, os gregos seriam muito infelizes se sentissem isso. Mas não há traços desse sentimento na literatura deles. É que esse sentimento é puramente moderno.

O homem antigo não tinha a objectivação da própria personalidade. Isso viria através do (e mostra-se no) cristianismo.


Título: A TRAGÉDIA DO ESPELHO | Amor e amizade
Heterónimo: Vicente Guedes
Número: 303
Página: 245
Nota: [133B-66, 62 e 65, ms.];
Nota: Teresa Sobral Cunha edita este texto na sequência 'A TRAGÉDIA DO ESPELHO' (2008: 244-246).