Penso ás vezes que nunca sahirei


Penso ás vezes que nunca sahirei
da Rua dos Douradores. E isto
escripto então parece-me a
eternidade.

Não o prazer, não a gloria, não
o poder: a liberdade, unicamente
a liberdade.

Passar dos phantasmas da fé
para os espectros da razão é
sòmente ser mudado de
cella. A arte, se nos
liberta dos manipansos
assentes e abstractos, tambem
nos liberta das ideas generosas
e das preocupações sociaes —
manipansos tambem.


Encontrar a personalidade
na perda d'ella — a mesma
fé abona esse sentido de destino.
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Identificação: bn-acpc-e-e3-2-1-91_0133_67_t24-C-R0150 | bn-acpc-e-e3-2-1-91_0136_68v_t24-C-R0150
Heterónimo: Não atribuído
Formato: Folha (16.4cm X 22.1cm, 16.4cm X 22.5cm)
Material: Papel
Colunas: 1
LdoD Mark: Sem marca LdoD
Manuscrito (pencil) : Testemunho manuscrito a lápis.
Data: 1930 (low)
Nota: , Texto escrito no recto de dois fragmentos de papel de embrulho. Este texto foi publicado de forma dispersa na edição de Prado Coelho. No verso (2-67v e 2-68v) encontra-se uma carta comercial não datada, dirigida aos Diretores do Banco Nacional Ultramarino. Jerónimo Pizarro transcreve este testemunho como anexo ao texto 301 (2010: 846).
Fac-símiles: BNP/E3, 2-67r-68r.1 , BNP/E3, 2-67r-68r.2 , BNP/E3, 2-67r-68r.3 , BNP/E3, 2-67r-68r.4