Edição do Arquivo LdoD - Usa (BNP/E3, 94-76)

Necrologias de reis


Necrologias de reis, paginas
de historias suppostas, onde
solemnes e imaginarios feitos
esmaltam arcos em
metaes desconnexos. Porque
caminhos de empalli-
decimentos renques, nem
á beira de lagos alegres,
nem sepulcros de absurdos
na muda angustia dos
poentes. Principe, a
tua gloria é morte, o
teu sceptro pedrarias
perdidas, nem nos montes
o teu manto, e o teu
reinado futuro portas
entreabertas, construidas
assim, para eternamente serem
apenas isso.


Prestitos suggerindo ogivas, atalhos
atravez de roupagens, hyalino
o teu sorriso esquecido... Que
de reis na tua memoria! E
ás portas da tua imaginação
que sequito sem principe te
espera? Olor a Roma. Tim-
bales lividos. Aperfeiçoam-se
os brilhos. Estacam os contornos.
Malleaveis os sulcos no teu arco


e a noite, ensopando a paysagem, é uma conquista no oriente.

Nada resta dos meus outomnos senão o in-
verno das minhas esperanças. O que fia a fiandeira?