Necrologias de reis


Necrologias de reis, paginas
de historias suppostas, onde
solemnes e imaginarios feitos
esmaltam arcos em
metaes desconnexos. Porque
caminhos de empalli-
decimentos renques, nem
á beira de lagos alegres,
nem sepulcros de absurdos
na muda angustia dos
poentes. Principe, a
tua gloria é morte, o
teu sceptro pedrarias
perdidas, nem nos montes
o teu manto, e o teu
reinado futuro portas
entreabertas, construidas
assim, para eternamente serem
apenas isso.


Prestitos suggerindo ogivas, atalhos
atravez de roupagens, hyalino
o teu sorriso esquecido... Que
de reis na tua memoria! E
ás portas da tua imaginação
que sequito sem principe te
espera? Olor a Roma. Tim-
bales lividos. Aperfeiçoam-se
os brilhos. Estacam os contornos.
Malleaveis os sulcos no teu arco


e a noite, ensopando a paysagem, é uma conquista no oriente.

Nada resta dos meus outomnos senão o in-
verno das minhas esperanças. O que fia a fiandeira?


Identificação: bn-acpc-e-e3-94-1-100_0151_76_t24-C-R0150 | bn-acpc-e-e3-94-1-100_0152_76v_t24-C-R0150
Heterónimo: Não atribuído
Formato: Folha (16.3cm X 11.0cm)
Material: Papel
Colunas: 1
LdoD Mark: Sem marca LdoD
Manuscrito (pen) : Testemunho manuscrito a tinta preta.
Nota: , Texto escrito em verso e recto de um pedaço de papel avergoado. Pizarro indica que o manuscrito foi escrito "primeiro no verso e depois no rosto (metade inferior) de uma folha já ocupada (metade superior) pela continuação de um texto não identificado (9-29)" (2010: 1027).
Fac-símiles: BNP/E3, 94-76.1 , BNP/E3, 94-76.2