Ei-lo que vai chegar, com a morte que ninguém vê e a (...) que não chega nunca.
Arautos, correi! Atendei!... e baixade a ponte levadiça, para que entre, quando chegue para entrar.
Tocai arautos, do alto das ameias, saudando a impossível madrugada!
O Rei da Morte regressa ao seu domínio!
Luz no acaso o teu advento a estas regiões onde a Morte reina.
Coroaram-te com flores misteriosas,
de cores ignoradas, flores de abismo, rosas negras, cravos de cor branca do luar, papoilas de um vermelho que tem luz, grinalda
absurda que te cabe como a um deus deposto.
Teu amor pelas coisas sonhadas era o teu desprezo pelas coisas vividas.
... teu /purpúreo culto/ do sonho, fausto da antecâmara da Morte.
Rei-Virgem que desprezaste o amor,
Rei-Sombra que desdenhaste a luz,
Rei-Sonho que não quiseste a vida!
Entre o estrépito surdo de címbalos e atabales, a Sombra te aclama Imperador!