O homem que na Avenida fugia das folhas e dos papéis que o vento arrastava atrás dele.
Na matemática (...) do problema do momento, inquietantemente, subira ao problema metafisicamente considerado.
Descobrira que cada consciência era a origem de todo o movimento que fazia.
O vento não arrasta a folha. Desperta nela a capacidade de se mover. Nos seres inferiores o impulso exterior é aparente.
A folha, por exemplo, só pode mover-se ao sabor dos impulsos exteriores; mas isso não quer dizer que não se mova de per si, que não tenha alma para se mover.
As coisas talham movimento aos meus olhos apavorados. O movimento é a vida, o sinal da vida.
Transmitir movimento é pois ou transmitir vida ou despertar vida. Vida não se pode transmitir. Só portanto despertar. Para a despertar é preciso que a haja onde a despertemos.
Uma pedra tem portanto vida, um grau ínfimo de vida talvez, mas sempre vida.
Vida é consciência.