Trovoada


L. do D.

                Trovoada

Entre onde havia nuvens paradas.
O azul do ceu estava sujo de branco

transparente.

O moço, ao fundo do escriptorio, suspende
um minuto o cordel á roda do embrulho eterno...

"Como está só me lembra de uma", commenta
estatisticamente.

Um silencio frio. Os sons da rua como que
foram cortados á faca. Sentiu-se, prolongada-
mente, como um mal-estar de tudo, um
suspender cosmico da respiração. Parara o
universo inteiro. Momentos, momentos, momentos.
A treva encarvoou-se de silencio.

Subito, aço vivo,  .


Que humano era o toque metallico dos
electricos! Que paysagem alegre a simples
chuva na rua ressuscitada do abysmo!



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Oh, Lisboa, meu lar!
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Identificação: bn-acpc-e-e3-3-1-88_0059_30_t24-C-R0150 | bn-acpc-e-e3-3-1-88_0061_31_t24-C-R0150
Heterónimo: Não atribuído
Formato: Folha (27.5cm X 19.5cm, 27.5cm X 19.5cm)
Material: Papel
Colunas: 1
LdoD Mark: Com marca LdoD
Manuscrito (pen) : Testemunho manuscrito a tinta preta.
Data: 1930 (low)
Nota: LdoD, Texto escrito no verso de duas folhas impressas de "Sobre um Manifesto de Estudantes".
Fac-símiles: BNP/E3, 3-30r-31r.1 , BNP/E3, 3-30r-31r.2