Com que luxuria


Com que luxuria ☐ e transcendente eu, ás vezes, passeando de noite nas ruas da cidade e fitando, de dentro d'alma, as linhas dos edificios, as differenças das construcções, as minuciosidades da sua architectura, a luz em algumas janellas, os vasos com plantas fazendo irregularidades nas saccadas — contemplando tudo isto, digo, com que gôso de intuição me subia aos labios da consciencia este grito da redempção: mas nada d'isto existe!


Título: Com que luxuria
Heterónimo: Não atribuído
Número: 530
Página: 490
Nota: [14(2)-55r];
Nota: Jerónimo Pizarro edita este texto em apêndice, integrado no conjunto "Textos sem destinação certa inventariados fora do núcleo" (2010: 490-516).