Às vezes é tão grande, tão rápida, tão abundante a fluência concentrada de imagens e de frases certas que se me desenrolam no espírito desatento, que raivo, estorço-me, choro de ter que as perder — porque as perco. Cada uma teve o seu momento e não pode ser lembrada fora dele. E fica-me, como a um amoroso, a saudade de um rosto amável, entrevisto e não fixado, a memória do meu ser como de mortos, o debruçar-me sobre o abismo de um passado rápido de imagens e ideias, figuras mortas da bruma de que elas mesmas se formaram.