Semântica da Vida - Usa (BNP/E3, 133B-61-63-64)

A habilidade em construir sonhos


Na destruição da
unidade do meu
espirito, libertei
pequenos impulsos,
bem capazes de
se inhibirem e esconderem,
por subtis e fortes,
num grande bastante
para serem sacrifi-
cadamente instinctos,


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instinctos realizaveis.
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Sonhando tanto, tornei-
me nitido no so-
nho, mas, chegando
ao ao vêr-me em
sonhos, tal qual
sou, feio e
grotesco, a conducção
do proprio sonho me
faltou.


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Nem posso ter com-
paixão de mim, porque
não chego a ser
corcunda ou côxo
ou maneta.
Sou totalmente ines-
thetico.

Como saber de
amor se nem


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em sonhos me
julgo digno d'isso?
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A Tragedia do
Espelho.

Os antigos
mal se viam a
si-proprios. Hoje
vemo-nos em todas as
posições. D'ahi o nosso
pavor e
o nosso nojo por nós.


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Todo homem precisa
para poder viver
e amar de se idea-
lizar a si-proprio (e,
no fim, aquelles
a quem ame).
Amamos para
isso. Desde o
momento em que


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me visiono e
me comparo a
um ideal, não
muito alto, ainda
baixo, de belleza
humana, desisto
da vida real e
do amor.