Jacinto do Prado Coelho - edição anotada - Usa Jacinto do Prado Coelho(223)

A academia vegetal dos silencios


A academia vegetal dos silencios... teu nome soando como as papoulas... os tanques... o meu regresso... o padre louco que endoideceu na missa... Estas recordações são dos meus sonhos... Não fecho os olhos mas não vejo nada... Não estão aqui as cousas que vejo... Aguas...

Numa confusão de emmaranhamentos, o verdor das arvores é parte do meu sangue. Bate-me a vida no coração distante... / Eu não fui destinado a realidade, e a vida quiz vir ter commigo /.

A tortura do destino! Quem sabe se morrerei amanhã! Quem sabe se não vae acontecer-me hoje qualquer cousa de terrivel para a minha alma!... Ás vezes, quando penso n'estas cousas, apavora-me a tyrannia suprema que nos faz ter de olhar puros não sabendo de que acontecimento a incerteza de mim vae ao encontro.