HEGEL
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Não creio alto na felicidade dos
animaes
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HAECKEL
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Muitos teem definido o homem
|
GOETHE
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Ah, é um erro doloroso
Muitos teem definido o homem
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FREIRE Padre
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Não conheço prazer como o dos livros
|
Consciência-Inconsciência
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
...reles como os fins da vida
A persistencia instinctiva da vida
A vida, para a maioria dos homens
A vulgaridade é um lar
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Cada vez que o meu proposito
Como ha quem trabalhe de tedio
Desde que, conforme posso
Diario ao acaso
Irrita-me a felicidade de todos estes homens
Lagoa da Posse
Mais que uma vez, ao passear lentamente
Muitos teem definido o homem
Não creio alto na felicidade dos
animaes
Passei entre elles extrangeiro
Quando outra virtude não haja em mim
Quanto mais avançamos na vida
Reconhecer a realidade
Se alguma coisa ha que esta vida tem
Se considero com attenção a vida
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
Sempre me tem preoccupado
Tenho a nausea physica da humanidade
Uma só coisa me maravilha mais
|
Quotidiano da Cidade
|
Raquel Gonçalves (mariainfinita)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
...reles como os fins da vida
A vida é para nós o que concebemos nella
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Cantava, em uma voz muito suave
Depois dos dias todos de chuva
Depois que as ultimas chuvas
Depois que os ultimos pingos
Do terraço deste café
Ha dias em que cada pessoa que encontro
Ha maguas intimas que não sabemos distinguir
Ha sensações que são somnos
Hoje, como me opprimisse a sensação
No alto ermo dos montes
No nevoeiro leve da manhã
Qualquer deslocamento das horas
Quando outra virtude não haja em mim
Tenho a nausea physica da humanidade
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tudo é absurdo
Vivo sempre no presente
É uma oleographia sem remedio
|
Figuras da Cidade
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Cada vez que o meu proposito
Cantava, em uma voz muito suave
Comparados com os homens simples
Entrei no barbeiro no modo do costume
Hoje, como me opprimisse a sensação
O homem magro sorriu desleixadamente
Pobres diabos sempre com fome
Quando outra virtude não haja em mim
Sempre que podem
Tudo alli é quebrado
Uma das minhas preoccupações constantes
Uma só coisa me maravilha mais
|
O Ciclo do Dia - Noite
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Alastra ante meus olhos saudosos
Symphonia de uma noite inquieta
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O Ciclo do Dia - Poentes
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Raquel Gonçalves (mariainfinita)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Ha muito tempo que não escrevo
O poente está espalhado pelas nuvens
Para sentir a delicia e o terror
Sim, é o poente
Uma das minhas preoccupações constantes
|
Noite
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Durei horas incógnitas
Floresce alto na solidão nocturna
Interv[allo]
Reconhecer a realidade
Tu és do sexo das formas sonhadas
Ó noite onde as estrellas
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KANT
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Mariana Ferreira (marichinellato)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Muitos teem definido o homem
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HUGO Vitor
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Mariana Ferreira (marichinellato)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Ah, é um erro doloroso
Desde o meio do seculo dezoito
O proprio escrever perdeu a doçura
|
HOMERO
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
As phrases que nunca escreverei
Não tendo que fazer
Se houvesse na arte o mistér
|
HORACIO
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Mariana Ferreira (marichinellato)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Não tendo que fazer
Por mais que pertença
Tudo quanto de desagradavel
|
KHAYYAM Omar
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Omar Khayyam
Omar Khayyam
Quedar-nos-hemos indifferentes à verdade
|
Eu vário e múltiplo
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A ladeira leva ao moinho
Aquella malicia incerta
Cada vez que viajo
Criar dentro de mim um estado
Criei em mim várias personalidades
De repente, como se um destino
Depois que as ultimas chuvas
Diario lucido
Durei horas incógnitas
E assim sou, futil e sensivel
Em mim foi sempre menor a intensidade
Em todos os logares da vida
Eu nunca fiz senão sonhar
Junta as mãos
O meu habito vital de descrença
Omar Khayyam
Outra vez encontrei um trecho meu
Passei entre elles extrangeiro
Quando vim primeiro para Lisboa
Tenho sido sempre um sonhador ironico
Tive um certo talento para a amizade
Tudo se me evapora
Um dia (Zig-Zag)
|
Eu-Os outros
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
... e um profundo e tediento desdem
A maioria dos homens vive
A persistencia instinctiva da vida
Aquillo que, creio, produz em mim
As cousas mais simples
Assim como, quer o saibamos quer não
Assim organizar a nossa vida
Diario ao acaso
E assim sou, futil e sensivel
Ha dias em que cada pessoa que encontro
Hoje, como me opprimisse a sensação
Int[ervallo] Dol[oroso]
Muitas vezes para me entreter
Na perfeição nitida do dia
Nada pesa tanto como o affecto alheio
Nota (ou L. do D.) | Regra é da vida que podemos
Não são as paredes réles do meu quarto
O isolamento talhou-me á sua imagem
O meu habito vital de descrença
O que tenho sobretudo é cansaço
Pensaste já, ó /Outra/
Quando vivemos constantemente
Repudiei sempre que me compreendessem
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
Sempre me tem preoccupado
Sen.to Apocalyptico
Tenho a nausea physica da humanidade
Tudo quanto não é a minha alma
Tudo é absurdo
Uma das minhas preoccupações constantes
Ás vezes, sem que o espere
|
Escritório
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A vulgaridade é um lar
As carroças da rua
Coisas de nada, naturaes da vida
Como uma esperança negra
Depois que o calor cessou
Descobri que penso sempre
Foi-se hoje embora, disseram que definitivamente
Há momentos em que tudo cansa
Nos primeiros dias do outomno
Não sei porquê — noto-o subitamente
O que ha de mais reles nos sonhos
O socio capitalista aqui da firma
Os classificadores de coisas
Pedi tam pouco à vida
pouco
Tenho deante de mim as duas paginas
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tudo se me tornou insupportavel
|
Domingos
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A vida é para nós o que concebemos nella
Depois dos dias todos de chuva
Escrevo num domingo
Eu nunca fiz senão sonhar
|
Deus
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A metaphysica pareceu-me sempre
A organização do livro
A vulgaridade é um lar
Antes que o estio cesse
Cheguei hoje, de repente, a uma sensação
Diario ao acaso
Em qualquer espirito
Eu nunca fiz senão sonhar
Mais que uma vez, ao passear lentamente
Nasci em um tempo
No nevoeiro leve da manhã
Não creio alto na felicidade dos
animaes
Onde está Deus
Pedi tam pouco à vida
pouco
Penso ás vezes com um agrado
Quando me encontrei
Sim, é o poente
Symphonia de uma noite inquieta
|
Decadência
|
Mariana Ferreira (marichinellato)
Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A crueldade da dor
A historia nega as coisas certas
Esthetica do Desalento
Nasci em um tempo
Não toquemos na vida
O Sensacionista
Pertenço a uma geração que herdou a descrença
Quando nasceu a geração
Reparando ás vezes no trabalho
Suponho que seja o que chamam
Visto que talvez nem tudo seja falso
Viver do sonho e para o sonho
|
O Ciclo do Dia - Entardecer
|
Raquel Gonçalves (mariainfinita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Antes que o estio cesse
Nas vagas sombras de luz por findar
Ninguem ainda definiu
Penso às vezes, com um deleite triste
Quem tenha lido as paginas d'este livro
|
O Ciclo do Dia - Amanhecer
|
Raquel Gonçalves (mariainfinita)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Accordei hoje muito cedo
Depois que o fim dos astros esbranqueceu
Desde antes de manhã cedo
E por fim, por sobre a escuridão dos telhados
No nevoeiro leve da manhã
Por entre a casaria
Viver é ser outro
|
Amor
|
Bruno Fontes (brunofontes)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A minha vida é tão triste
A quem, (embora) em sonho
Caminhavamos, juntos e separados
Correm rios
De suave e aerea a hora
Dois, trez dias de semelhança
Em mim todas as affeições
Final
Glorificação das Estereis
Maximas
Na Floresta do Alheamento
Nossa Senhora do Silencio
Nunca amamos alguem
Nunca durmo: vivo e sonho
Nª Srª do Silencio
O meu orgulho lapidado
Os teus colares de pérolas fingidas amaram comigo…
Passavamos, jovens ainda
Peristylo
Por degraus de sonhos e cansaços
Reso a ti o meu amor
Se a nossa vida fosse
São sempre cataclysmos do cosmos
Só uma vez fui verdadeiramente amado
Todo o esforço é um crime porque todo o gesto é um sonho inerte
Todo o homem de hoje
Tu não existes
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FIGUEIREDO Padre
|
Bruno Ministro (brunoministro)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Detesto a leitura
Não conheço prazer como o dos livros
|
ALMEIDA Fialho de
|
Bruno Ministro (brunoministro)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Gósto de dizer
Sempre que podem
|
DOYLE Conan
|
Bruno Ministro (brunoministro)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
É a ultima morte do Capitão Nemo
|
DICKENS
|
Bruno Ministro (brunoministro)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Ha creaturas que soffrem
realmente
e os crysanthemos adoecem
|
DANTE
|
Bruno Ministro (brunoministro)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Ah, é um erro doloroso
Hoje, como me opprimisse a sensação
O proprio escrever perdeu a doçura
|
Chuvas
|
Bruno Ministro (brunoministro)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Chove muito, mais, sempre mais...
Depois que as ultimas chuvas
Depois que o calor cessou
Depois que os ultimos pingos
Desde que, conforme posso
E por fim, por sobre a escuridão dos telhados
O silencio que sahe do som da chuva
PAISAGEM DE CHUVA
Paysagem de chuva
Todo prazer é um vicio
|
Celebridade
|
Bruno Ministro (brunoministro)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A tragedia principal da minha vida
A vida é para nós o que concebemos nella
Comparados com os homens simples
Leve eu ao menos
O orgulho é a certeza emotiva
O proprio sonho me castiga
Quanto mais alto o homem
Se algum dia me succeder
Tudo alli é quebrado
Vi e ouvi hontem um grande homem
e do alto da majestade
|
Campo
|
Bruno Ministro (brunoministro)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Espaçado, um vagalume vae succedendo
Gostava de estar no campo
Ha socegos do campo na cidade
Houve tempo em que me irritavam aquellas
O campo é onde não estamos
Releio passivamente, recebendo o que sinto
|
Bernardo Soares-retrato
|
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Prefacio
|
Bernardo Soares-autor
|
Bruno Ministro (brunoministro)
Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A maioria da gente enferma
A metaphysica pareceu-me sempre
A miseria da minha condição
As phrases que nunca escreverei
Como ha quem trabalhe de tedio
Criar dentro de mim um estado
Educação sentimental. (?)
Esthetica do Artificio
Eu nunca fiz senão sonhar
Farei do sonhar-te
Fazer uma obra e reconhece-la má
Gósto de dizer
Invejo — mas não sei se invejo
Meditei hoje, num intervalo de sentir
Millimetros
Na minha alma ignobil e profunda
O curioso facto de que todos
Outra vez encontrei um trecho meu
Parecerá a muitos que este meu diario
Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa
Penso, muitas vezes, em como eu seria
Que me pesa que ninguem leia o que escrevo
Releio lucido, demoradamente
Releio, em uma d'estas
Reparando ás vezes no trabalho
Se algum dia me succeder
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
Se houvesse na arte o mistér
Suponho que seja o que chamam
Tenho assistido, incognito
Tenho construido em passeio phrases perfeitas
Toda a vida da alma humana
Tornar puramente literaria
Tudo se me evapora
Visto que talvez nem tudo seja falso
|
Bernardo Soares
|
Bruno Ministro (brunoministro)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A sensação da convalescença
A tragedia principal da minha vida
Coisas de nada, naturaes da vida
Depois que os ultimos pingos
Doem-me a cabeça e o universo
Encaro serenamente
Encolher de Hombros
Ha muito tempo que não escrevo
Hoje, em um dos devaneios sem proposito
Int[ervallo] Dol[oroso]
Leve eu ao menos
Mesmo que eu quizesse crear
Nada me pesa tanto no desgosto
Nem com pintar esse vidro de sombras coloridas
Não sei que vaga caricia
Não são as paredes réles do meu quarto
O Amante Visual
O Major
Reconheço hoje que falhei
Sabendo como as cousas mais pequenas
Socégo enfim
Tenho grandes estagnações
e do alto da majestade
|
Sensações
|
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
... a acuidade dolorosa das minhas sensações
... a hiperacuidade não sei se das sensações
... no desalinho triste das minhas emoções
A Divina Inveja
A sensação da convalescença
A unica maneira de teres
As cousas mais simples
Creei-me echo e abysmo
Educação sentimental. (?)
Em mim foi sempre menor a intensidade
Millimetros
N'esta era metallica dos barbaros
Não tendo que fazer
O Sensacionista
O peso de sentir!
Para sentir a delicia e o terror
Perder tempo comporta uma esthetica
Quanto mais alta a sensibilidade
Subdito incoherente de todas as sensações
Suponho que seja o que chamam
Um halito de musica ou de sonho
Via Lactea
|
Romantismo
|
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Desde o meio do seculo dezoito
Leve eu ao menos
Quando, como uma noite de tempestade
Sou d'aquellas almas
|
Prosa-Verso
|
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Tudo se penetra
|
Passado-Infância
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Assim como, quer o saibamos quer não
Com um charuto caro
Depois dos dias todos de chuva
Deus creou-me para creança
Eu nunca fiz senão sonhar
Mas a exclusão, que me impuz
Mesmo que eu quizesse crear
Nos primeiros dias do outomno
Onde está Deus
Quando vim primeiro para Lisboa
Reconheço, não sei se com tristeza
Sempre neste mundo haverá a lucta
Sinto o tempo com uma dôr enorme
Tenho sido sempre um sonhador ironico
Tudo se me confunde. Quando julgo que recordo
Viagem nunca feita (b)
É a ultima morte do Capitão Nemo
|
Posteridade literária
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
(Cop. duma carta para Pretoria)
A personagem individual e imponente
Ah, é um erro doloroso
Penso às vezes, com um deleite triste
Quanto mais alto o homem
Saber que será má a obra
|
Patrão Vasques
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
(storm)
Ah, comprehendo! O patrão Vasques é a Vida
Como uma esperança negra
Desde o principio baço do dia quente
O mundo é de quem não sente
O patrão Vasques
O socio capitalista aqui da firma
Pedi tam pouco à vida
pouco
a chuva cahia ainda triste
|
Paisagem-Viagem
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A academia vegetal dos silencios
A idéa de viajar nauseia-me
A renuncia é a libertação
Cada vez que viajo
Devaneio entre Cascaes e Lisboa
Ha uma erudição do conhecimento
Uma só coisa me maravilha mais
Viagem nunca feita
Viajar? Para viajar basta existir
— Naufragios? Não, nunca tive nenhum
|
SOCRATES
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Muitos teem definido o homem
|
SHELLEY
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A quem, (embora) em sonho
|
SOUSA Frei Luiz de
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Não são as paredes réles do meu quarto
Remoinhos, redemoinhos
|
SENANCOUR
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
O isolamento talhou-me á sua imagem
|
SANCHES Francisco
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Muitos teem definido o homem
|
Paisagem
|
Sofia Escourido (SofiaEscourido)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
(lunar scene)
A Divina Inveja
Adoramos a perfeição, porque a não podemos ter
As cousas nitidas confortam
Diario ao acaso
Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma
Eu nunca fiz senão sonhar
Lenda Imperial
Na Floresta do Alheamento
Nem se sabe se o que acaba do dia
No reconcavo da praia á beira-mar
Não acredito na paysagem
O céu do estio prolongado
O céu negro ao fundo do sul do Tejo
Paira-me à superficie do cansaço
Pastoral de Pedro
Paysagens inuteis como aquellas
Prosa de Ferias
Quantas vezes, presa da superficie
Socégo enfim
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Uma das minhas preoccupações constantes
|
Cristianismo-Cristismo
|
Raquel Gonçalves (mariainfinita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Desde o meio do seculo dezoito
Nasci em um tempo
Pertenço a uma geração que herdou a descrença
Quando nasceu a geração
Quando, como uma noite de tempestade
|
Liberdade
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A arte consiste em fazer os outros sentir
A liberdade é a possibilidade do isolamento
Estou num dia em que me pesa
Não se subordinar a nada
O dinheiro é bello
O dinheiro, as creanças
|
Leituras
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A idéa de viajar seduz-me
Aquillo que, creio, produz em mim
Detesto a leitura
Foi sempre com desgosto que li
Gósto de dizer
Ha creaturas que soffrem
realmente
Nada pesa tanto como o affecto alheio
Não conheço prazer como o dos livros
Por mais que pertença
Prefiro a prosa ao verso
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
e os crysanthemos adoecem
|
Inércia-Acção
|
Manuel Portela (mp)
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
"Quero-te só para sonho"
... e um profundo e tediento desdem
A academia vegetal dos silencios
A opportunidade é como o dinheiro
A vida practica sempre me pareceu
Aquella malicia incerta
Chove, chove,chove…
Como ha quem trabalhe de tedio
Cultivo o ódio á acção como uma flor
Da minha abstenção de collaborar
Declaração de Differença
Desejaria construir um codigo de inercia
Dizem que o tedio é uma doença de inertes
Ha um somno da attenção
Intervallo doloroso
O governo do mundo começa em nós mesmos
O lemma que hoje mais requeiro
O mundo, monturo de forças
Passo horas, às vezes,
Pensar, ainda assim, é agir
Todo exforço, qualquer que seja o fim
Tudo quanto é acção
Viver uma vida desapaixonada e culta
eternamente à luz do sol
|
Indiferença-Abdicação
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
(Chapter on Indifference or something like that)
A leitura dos jornaes
As cousas nitidas confortam
Assim como, quer o saibamos quer não
Declaração de Differença
Esthetica da Indifferença
No alto ermo dos montes
O lemma que hoje mais requeiro
O verdadeiro sabio é aquelle
Perder tempo comporta uma esthetica
Quanto mais avançamos na vida
Quanto mais contemplo o spectaculo do mundo
Quedar-nos-hemos indifferentes à verdade
Todo o dia, em toda a sua desolação
Tudo quanto de desagradavel
Um quietismo esthetico da vida
|
Heteronímia
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A ladeira leva ao moinho
A sociedade em que eu vivo
Criar dentro de mim um estado
Criei em mim várias personalidades
Depois que as ultimas chuvas
Eu nunca fiz senão sonhar
O meu habito vital de descrença
Um dia (Zig-Zag)
|
Génio literário
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Ah, é um erro doloroso
Hoje, em um dos devaneios sem proposito
|
MICHELET
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Desde o meio do seculo dezoito
|
MERCATOR
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
|
MALLARMÉ
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Não tendo que fazer
|
LEOPARDI
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A maioria dos homens vive
|
Lenin
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Ah, é um erro doloroso
|
LAMARTINE
|
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Por mais que pertença
|
O Ciclo do Dia - Luares
|
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
(Luares)
Em baixo, afastando-se do alto
Lento, no luar lá fóra da noite lenta
Surge dos lados do oriente
e desnivela-se em conglomerados de sombra
|
Sensacionismo
|
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
(Chapter on Indifference or something like that)
A unica maneira de teres
Criar dentro de mim um estado
Descobri que penso sempre
Durei horas incógnitas
Nunca deixo saber aos meus sentimentos
Não sei o que é o tempo
Não tendo que fazer
O ambiente é a alma das coisas
O silencio que sahe do som da chuva
Para sentir a delicia e o terror
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
Tudo é absurdo
|
Aspectos da cidade
|
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A tragedia principal da minha vida
Alastra ante meus olhos saudosos
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Depois que as ultimas chuvas
Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma
Espaçado, um vagalume vae succedendo
Ha sensações que são somnos
Ha socegos do campo na cidade
Não é nos largos campos
O céu negro ao fundo do sul do Tejo
O olfacto é uma vista estranha
Quantas vezes, presa da superficie
Remoinhos, redemoinhos
Sim, é o poente
Viver é ser outro
|
SPENCER
|
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Quedar-nos-hemos indifferentes à verdade
|
MILTON John
|
Manuel Portela (mp)
Rui Silva (ruialfaiataria)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Ah, é um erro doloroso
As phrases que nunca escreverei
Hoje, como me opprimisse a sensação
O proprio escrever perdeu a doçura
|
SHAKESPEARE
|
Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
A arte livra-nos illusoriamente
Ah, é um erro doloroso
Hoje, como me opprimisse a sensação
Nada pesa tanto como o affecto alheio
Não são as paredes réles do meu quarto
Pobres diabos sempre com fome
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
|
HEINE
|
Manuel Portela (mp)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Se eu tivesse escripto o Rei Lear
|
FITZGERALD
|
Raquel Gonçalves (mariainfinita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
Quedar-nos-hemos indifferentes à verdade
|
Cidade de Lisboa
|
Raquel Gonçalves (mariainfinita)
Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
(Luares)
...reles como os fins da vida
A tragedia principal da minha vida
A vida é para nós o que concebemos nella
Accordei hoje muito cedo
Alastra ante meus olhos saudosos
Amo, pelas tardes demoradas de verão
Antes que o estio cesse
Cada vez que o meu proposito
Cantava, em uma voz muito suave
Comparados com os homens simples
Depois dos dias todos de chuva
Depois que as ultimas chuvas
Depois que o fim dos astros esbranqueceu
Depois que os ultimos pingos
Desde antes de manhã cedo
Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma
Do terraço deste café
E por fim, por sobre a escuridão dos telhados
Em baixo, afastando-se do alto
Entrei no barbeiro no modo do costume
Espaçado, um vagalume vae succedendo
Ha dias em que cada pessoa que encontro
Ha maguas intimas que não sabemos distinguir
Ha muito tempo que não escrevo
Ha sensações que são somnos
Ha socegos do campo na cidade
Hoje, como me opprimisse a sensação
Lento, no luar lá fóra da noite lenta
Nas vagas sombras de luz por findar
Ninguem ainda definiu
No alto ermo dos montes
No nevoeiro leve da manhã
Não é nos largos campos
O céu negro ao fundo do sul do Tejo
O homem magro sorriu desleixadamente
O olfacto é uma vista estranha
O poente está espalhado pelas nuvens
Para sentir a delicia e o terror
Penso às vezes, com um deleite triste
Pobres diabos sempre com fome
Por entre a casaria
Qualquer deslocamento das horas
Quando outra virtude não haja em mim
Quantas vezes, presa da superficie
Quem tenha lido as paginas d'este livro
Remoinhos, redemoinhos
Sempre que podem
Sim, é o poente
Surge dos lados do oriente
Symphonia de uma noite inquieta
Tenho a nausea physica da humanidade
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tudo alli é quebrado
Tudo é absurdo
Uma das minhas preoccupações constantes
Uma só coisa me maravilha mais
Viver é ser outro
Vivo sempre no presente
e desnivela-se em conglomerados de sombra
É uma oleographia sem remedio
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ROUSSEAU Jean Jacques
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Desde o meio do seculo dezoito
Muitos teem definido o homem
O isolamento talhou-me á sua imagem
Quem tenha lido as paginas d'este livro
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QUENTAL Antero de
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A maioria dos homens vive
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POE Edgar
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Quem tenha lido as paginas d'este livro
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PESSANHA Camilo
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Tenho sido sempre um sonhador ironico
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MUSSOLINI
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Ah, é um erro doloroso
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Outono
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A sensação da convalescença
Atraz dos primeiros menos-calores
Depois que os ultimos calores do estio
Ha muito — não sei se ha dias
Nos primeiros dias do outomno
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Núvens
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Attingir, no stado mystico
Nuvens... Hoje tenho consciência do céu
O poente está espalhado pelas nuvens
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Morte
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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... E eu, que odeio a vida com timidez
A liberdade é a possibilidade do isolamento
A organização do livro
A personagem individual e imponente
Atraz dos primeiros menos-calores
Attingir, no stado mystico
Chove muito, mais, sempre mais...
E para ti, ó Morte
Entrei no barbeiro no modo do costume
Foi-se hoje embora, disseram que definitivamente
Lagoa da Posse
Marcha funebre para o Rei Luiz Segundo da Baviera
Nasci em um tempo
O relogio que está lá para traz
Por entre a casaria
Sinto-me às vezes tocado
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Monotonia
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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...reles como os fins da vida
Estou num dia em que me pesa
Ha quanto tempo não escrevo!
Há momentos em que tudo cansa
Não comprehendo senão como
Uma só coisa me maravilha mais
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Língua-Linguagem
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Cecília Magalhães (mcpmagalhaes)
Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A maioria da gente enferma
Detesto a leitura
Gósto de dizer
Meditei hoje, num intervalo de sentir
Nunca deixo saber aos meus sentimentos
O ter tocado nos pés de Christo
Prefiro a prosa ao verso
Remoinhos, redemoinhos
Tive sempre uma repugnancia
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CONDILLAC
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Bruno Fontes (brunofontes)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A renuncia é a libertação
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CHATEAUBRIAND
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Bruno Fontes (brunofontes)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A maioria dos homens vive
Aquillo que, creio, produz em mim
Desde o meio do seculo dezoito
Gósto de dizer
O Sensacionista
Por mais que pertença
Quem tenha lido as paginas d'este livro
Só uma vez fui verdadeiramente amado
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CARLYLE
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Bruno Fontes (brunofontes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A renuncia é a libertação
Muitos teem definido o homem
Viajar? Para viajar basta existir
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CAEIRO Alberto
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Bruno Fontes (brunofontes)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Releio passivamente, recebendo o que sinto
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AMIEL
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Bruno Fontes (brunofontes)
Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma
Foi sempre com desgosto que li
Não acredito na paysagem
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Autobiografismo
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Bruno Fontes (brunofontes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Como ha quem trabalhe de tedio
Declaração de Differença
Do estudo da metaphysica
Doem-me a cabeça e o universo
Fragmentos de uma autobiographia
Nasci em um tempo
O desgosto de não encontrar
Para comprehender, destrui-me
Pertenço a uma geração que herdou a descrença
Quando nasceu a geração
Quando vim primeiro para Lisboa
Quedar-nos-hemos indifferentes à verdade
Reconheço, não sei se com tristeza
Sen.to Apocalyptico
Tenho por intuição
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Auto-retrato
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Disse Amiel que uma paisagem é um estado de alma
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Arte literária
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Bruno Fontes (brunofontes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A literatura, que é a arte casada com o pensamento
A maioria da gente enferma
Ah, é um erro doloroso
Escrever é esquecer
Junta as mãos
Nasci em um tempo
Tudo se penetra
Visto que talvez nem tudo seja falso
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Arte
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Bruno Fontes (brunofontes)
Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A arte consiste em fazer os outros sentir
A arte livra-nos illusoriamente
A arte é um esquivar-se a agir
A procura da verdade
A unica vantagem
Desde o meio do seculo dezoito
Mesmo que eu quizesse crear
O patrão Vasques
Visto que talvez nem tudo seja falso
Às vezes, nos meus dialogos
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Amor-posse
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Bruno Fontes (brunofontes)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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ANTEROS
Carta
Carta para não mandar
Eu não possuo o meu corpo
Eu não sonho possuir-te
Meus Sonhos
Não o amor, mas os arredores
Nós não podemos amar
O Rio da Posse
Tu és do sexo das formas sonhadas
Uma carta
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VERNE Julio
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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É a ultima morte do Capitão Nemo
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VERDE Cesario
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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"Quero-te só para sonho"
Amo, pelas tardes demoradas de verão
O olfacto é uma vista estranha
Penso, muitas vezes, em como eu seria
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VERLAINE
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Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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As phrases que nunca escreverei
Não tendo que fazer
Tenho sido sempre um sonhador ironico
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TARDE Gabriel
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Omar Khayyam
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SWIFT Jonathan
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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As phrases que nunca escreverei
Sempre me tem preoccupado
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Ser-Parecer
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Cascata
Encolher de Hombros
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Ser e des-conhecer-se
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Manuel Portela (mp)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A alma humana é victima
A mais vil de todas as necessidades
A vida, para a maioria dos homens
Absurdo
Acontece-me ás vezes
Aparte aquelles sonhos vulgares
Cheguei hoje, de repente, a uma sensação
Como Diogenes a Alexandre
De repente, como se um destino
Diario ao acaso
Educação sentimental. (?)
Estou quasi convencido de que nunca estou disperto
Ha quanto tempo não escrevo!
Ha sensações que são somnos
Ha um cansaço da intelligencia abstracta
Mas a exclusão, que me impuz
Maximas
Millimetros
Muitos teem definido o homem
Na minha alma ignobil e profunda
Nenhum problema tem solução
Ninguem comprehende outro
O céu do estio prolongado
O homem vulgar, por mais dura
O instinto infante da humanidade
O silencio que sahe do som da chuva
Omar Khayyam
Paira-me à superficie do cansaço
Para comprehender, destrui-me
Penso às vezes que nunca sahirei
Penso ás vezes com um agrado
Quando vivemos constantemente
Reconhecer a realidade
Releio passivamente, recebendo o que sinto
Sabendo como as cousas mais pequenas
Se alguma coisa ha que esta vida tem
Sou d'aquellas almas
Sou mais velho que o Tempo
Tenho assistido, incognito
Tenho grandes estagnações
Toda a vida da alma humana
Uma das grandes tragedias da minha vida
Vivo sempre no presente
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WILDE Oscar
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A maioria dos homens vive
Fallar é ter demasiada consideração
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VOLTAIRE
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Mais que uma vez, ao passear lentamente
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VIRGILIO
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Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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As phrases que nunca escreverei
Nunca amamos alguem
O proprio escrever perdeu a doçura
Pastoral de Pedro
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VINCI Leonardo da
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Para comprehender, destrui-me
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VIGNY Alfred
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A maioria dos homens vive
Desde o meio do seculo dezoito
Nasci em um tempo
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VIEIRA P António
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Aquillo que, creio, produz em mim
Gósto de dizer
Não são as paredes réles do meu quarto
Não tendo que fazer
Por mais que pertença
Quando vim primeiro para Lisboa
Reconheço, não sei se com tristeza
Remoinhos, redemoinhos
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Viagens
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A idéa de viajar seduz-me
A vida é uma viagem experimental
Coisas de nada, naturaes da vida
Devaneio entre Cascaes e Lisboa
Não desembarcar não tem caes
O unico viajante com verdadeira alma
Todos aquelles accasos infelizes
Viagem nunca feita (b)
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Trovoadas
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Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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(storm)
Como nos dias em que trovoada
Como uma esperança negra
Desde o principio baço do dia quente
Nevoa ou fumo?
O gladio de um relampago frouxo
O moço atava os embrulhos
Primeiro é um som que faz um outro som
Senti-me inquieto já
Sonho triangular
Trez dias seguidos de calor sem calma
Trovoada
a chuva cahia ainda triste
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Tédio
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Manuel Portela (mp)
Rita Marrone (rita)
|
Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
"Quero-te só para sonho"
A idéa de viajar nauseia-me
A leitura dos jornaes
A vida é uma viagem experimental
Accordei hoje muito cedo
Antes que o estio cesse
Cheguei àquelle ponto em que o tedio
Considerar a nossa maior angustia
Dizem que o tedio é uma doença de inertes
Enrolar o mundo à volta
Ha maguas intimas que não sabemos distinguir
Ha muito — não sei se ha dias
Ninguem ainda definiu
Não sei quantos terão contemplado
O que tenho sobretudo é cansaço
Omar Khayyam
Quando o estio entra entristeço
Tam dado como sou ao tedio
Tenho assistido, incognito
Viver do sonho e para o sonho
É nobre ser timido
|
Sono
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
|
...reles como os fins da vida
Alastra ante meus olhos saudosos
As cousas mais simples
Como ha quem trabalhe de tedio
De repente, como se um destino
Duas vezes, naquella minha adolescencia
Ha um somno da attenção
Há momentos em que tudo cansa
Passaram mezes sobre o ultimo que escrevi
Primeiro é um som que faz um outro som
Quando o estio entra entristeço
|
Sono-Insónia
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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Depois de uma noite mal dormida
Depois que o fim dos astros esbranqueceu
E por fim, por sobre a escuridão dos telhados
Floresta
Lento, no luar lá fóra da noite lenta
Nenhum problema tem solução
Nunca durmo: vivo e sonho
O relogio que está lá para traz
PAISAGEM DE CHUVA
Passaram mezes sobre o ultimo que escrevi
Primeiro é um som que faz um outro som
Quando o estio entra entristeço
Quem quizesse fazer um catalogo de monstros
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Sonho-Realidade
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Rita Marrone (rita)
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Jacinto do Prado Coelho - edição anotada
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A Morte do Principe
A doçura de não ter familia
A tragedia principal da minha vida
A vida é para nós o que concebemos nella
Cada vez que o meu proposito
De resto eu não sonho
Descobri que penso sempre
Desde que possamos considerar este mundo
Do estudo da metaphysica
Do terraço deste café
E por fim, por sobre a escuridão dos telhados
Educação sentimental. (?)
Encolher de Hombros
Esthetica do Artificio
Estou quasi convencido de que nunca estou disperto
Eu nunca fiz senão sonhar
Ha socegos do campo na cidade
Intervallo doloroso
Maneira de bem sonhar
Nada pesa tanto como o affecto alheio
Nas vagas sombras de luz por findar
Nunca deixo saber aos meus sentimentos
Nunca durmo: vivo e sonho
Os classificadores de coisas
Os sentimentos que mais doem
Quando durmo muitos sonhos
Quem tenha lido as paginas d'este livro
Reconhecer a realidade
Segunda parte | Em mim o que há de primordial
Tenho mais pena dos que sonham o provavel
Tenho sido sempre um sonhador ironico
Todos os movimentos da sensibilidade
Uma só coisa me maravilha mais
Uma vista breve de campo
Vejo as paisagens sonhadas
Às vezes, nos meus dialogos
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